Portugal apoia revisão de acordo de associação entre União Europeia e Israel, diz Rangel
O ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Rangel demonstrou, esta quinta-feira, preocupação com a "situação dramática" na Faixa de Gaza. Em entrevista à TSF, o chefe da diplomacia disse que Portugal apoia a proposta para a revisão do acordo de associação entre a União Europeia (UE) e Israel.
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Rangel afirmou que está "verdadeiramente preocupado" com o cenário no enclave palestiniano. "Já não existe ajuda humanitária relevante desde que deixou de valer o acordo de cessar-fogo", há mais de dois meses, pontuou o governante.
"Os Países Baixos tomaram a iniciativa, que foi formalizada ontem [quarta-feira], de pedir uma avaliação do acordo de associação entre a União Europeia e Israel. E ontem mesmo, a nossa secretária de Estado dos Assuntos Europeus, que está a representar Portugal neste conselho informal, fez uma curta intervenção, cujo único ponto foi dizer que apoiamos esta iniciativa holandesa", revelou. "Isto mostra o ponto de verdadeira preocupação e até censura a que chegámos", salientou Rangel.
No dia anterior, o Ministério dos Negócios Estrangeiros declarou estar "profundamente preocupado com os planos de expansão" das operações militares de Israel na Faixa de Gaza, apelando "ao fim imediato das hostilidades" e "à libertação dos reféns". O ministro classificou a "situação humanitária" como "insustentável" no território palestiniano.
Israel aprovou, na segunda-feira, um plano para intensificar as operações militares no enclave, o que inclui tomar Gaza, manter territórios capturados, deslocar palestinianos à força para o sul de Gaza e assumir o controlo da distribuição de ajuda, juntamente com empresas de segurança privadas.
Mais de 30 especialistas independentes das Nações Unidas alertaram esta quarta-feira que os estados devem "agir agora" para impedir que se assista à "aniquilação dos palestinianos" na Faixa de Gaza. Para estes especialistas, mandatados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU mas que não falam em nome das Nações Unidas, a escolha de cada Estado é "clara: permanecer passivo e ser testemunha do massacre de inocentes ou participar na elaboração de uma resolução justa".