Caroline Freitas, com 24 anos, escapou, esta quinta-feira, aos atentados em Nice, "graças ao irmão", que lhe pediu para ir jantar a casa, no Mónaco.
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Se não fosse esse convite de última hora, a portuguesa, que trabalha no Hotel Beau Rivage Nice, a escassos metros do local onde decorreu o atentado, estaria numa festa de despedida de um estagiário do hotel.
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"Ainda bem que o meu irmão me telefonou para ir a casa. Ia estar por ali a festejar a despedida do meu colega e é normal ficar a dormir em casa de outra portuguesa", contou Caroline, que acabou por ir embora pelas 20.30 horas. Duas horas depois, os amigos alertavam-na pelo Facebook para ter "cuidado com um maluco de camião que circulava na rua".
Hoje, quando se dirigia para o hotel para trabalhar, pelas 9 horas, ainda se cruzou com os corpos, espalhados pela rua. O hotel acolheu dezenas de pessoas "assustadas" que, entretanto, já regressaram às suas casas. "Está tudo chocado", descreve Caroline, admitindo que as ruas estão praticamente vazias e as pessoas tentam agora "procurar pelas suas famílias".
A voz de Caroline treme quando descreve, por exemplo, o relato de uma funcionária do hotel que conseguiu desviar-se a tempo do camião, quando caminhava com o marido e o filho pela Promenade des Anglais. "O menino ainda ficou com sangue de outras vítimas", conta ao JN, sublinhando que os hotéis receberam psicólogos para assistir funcionários e clientes.