Bissau está sob o controlo dos militares, na sua maioria membros da etnia balanta, a mesma de Kumba Ialá, o segundo candidato mais votado na primeira volta das eleições presidenciais. Nas ruas, era dado como certo o assassinato de Carlos Gomes Júnior, o primeiro-ministro cessante. Mas, uma fonte do PAIGC disse, à TSF, que Carlos Gomes Júnior estará em local seguro. O único hospital em Bissau também não tem registo de mortos ou feridos.
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A casa de Carlos Gomes Júnior foi tomada de assalto pelos militares, contou, ao JN, João Serras Pereira, consultor internacional a trabalhar junto da delegação da União Europeia.
A mesma informação também foi confirmada por um polícia à AFP. "Fomos atacados por roquetes RPG e fomos obrigados a bater em retirada". Segundo a mesma fonte, o chefe do Governo estava em casa antes do ataque, mas não esclareceu o destino do primeiro-ministro cessante..
Um outro português contou, ao JN, que houve troca de tiros na casa de Carlos Gomes Júnior e que a cidade estava completamente bloqueada. "Apesar de estarmos a cerca de 100 metros da residência, não conseguimos perceber quem são as fações. Mas penso que seja só um grupo.
A casa do Carlos Gomes Júnior fica quase em frente à embaixada de Angola. Segundo João Serras Pereira, os militares - entre 600 a 900 - estavam fortemente armandos, mas terão dito que não iriam intervir a não ser que a embaixada fosse atacada.
Os militares mandaram parar a emissão da Rádio Nacional e outras duas estações também estavam sem sinal. A RDP era a única a funcionar. A TGB, Televisão da Guiné-Bissau, também saiu do ar.
A embaixada de Portugal pediu a todos os cidadãos portugueses para que permaneçam em casa até a situação voltar ao normal.
Os incidentes registam-se a 15 dias da segunda volta das eleições presidenciais no país. Esta quinta-feira, a oposição liderada por Kumba Yala, tinha apelado a um boicote à votação e ameaçou todos aqueles que fizessem campanha eleitoral. "Quem fizer campanha, arrisca-se a sofrer consequências", disse Kumba Ialá.