O Governo do Quirguistão demitiu-se e o presidente do país, Kurmambek Bakiev, abandonou a capital, anunciou Temir Sariev, um dos dirigentes da Oposição. Populares invadiram os edifícios do Governo e o poder foi entregue à Oposição.
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As manifestações que se tinham gerado na véspera, em algumas regiões do Quirguistão, tiveram, ontem, um desenvolvimento crucial, estendendo-se a Bichkek, a capital, e tendo obrigado a Polícia e o Exército a ceder.
Conforme comunicou, ontem à noite aos jornalistas, Rosa Otunbaeva, "chefe do governo de confiança popular", "o primeiro-ministro Ussenov, escreveu uma declaração a abdicar do cargo e entregou-mo a mim". A líder da Oposição e antiga ministra dos Negócios Estrangeiros do Quirguistão declarou, ainda, que o presidente Kurmanbek Bakiev "não se sabe onde está".
Durante as manifestações houve confrontos sérios com a Polícia, dos quais resultaram cerca de 40 mortos e 400 feridos, segundo o Ministério da Saúde declarou à agência russa Novosti. Grande parte dos ferimentos foram produzidos por armas de fogo. Na véspera, as manifestações tinham-se iniciado na cidade de Talas, onde a multidão invadiu edifícios da Administração Local. O ministro do Interior foi espancado e chegou a ser noticiada a sua morte, o que o Ministério desmentiu mais tarde.
Na cidade de Narin as manifestações assumiram um tom crescente. Ontem, em Bichkek, os populares tomaram conta dos canais estatais de televisão e, em seguida, do Parlamento e do Palácio do Governo.