Novas manifestações contra o projeto de lei que estabelece o casamento homossexual em França intensificaram a tensão existente no país, pressionando o presidente François Hollande a apelar esta quinta-feira a um debate pacífico sem atos "homofóbicos".
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"Há atos homofóbicos. Há atos violentos que são cometidos. O direito à manifestação é reconhecido pela nossa constituição e aprovado pelos franceses. Mas nenhuma manifestação se deve degenerar, nem danificar bens públicos ou ser contra as pessoas", declarou o presidente francês durante uma visita aos subúrbios de Paris.
A Assembleia Nacional Francesa retomou na quarta-feira uma sessão pública que examina o projeto de lei que tem como objetivo permitir o casamento e a adoção de crianças aos casais do mesmo sexo.
No debate de hoje, a oposição de direita apresentou mais de 700 alterações ao projeto de lei, qualificando como um "golpe de estado" a aceleração do procedimento parlamentar que reduz a duração do debate para 25 horas.
Na quarta-feira milhares de opositores à reforma marcharam perto da Assembleia Nacional, tendo havido confrontos no final da manifestação.
De acordo com uma fonte da polícia 11 pessoas foram presas e no início da noite outras 24, que tentaram fazer uma contramanifestação em que acenavam uma bandeira onde se podia ler "Homofobia mata", já foram presas.
Segundo as autoridades francesas, foi danificada propriedade pública na avenida dos Campos Elísios, em Paris, e jornalistas foram atacados por extremistas de direita.