Processos arquivados contra apresentador da BBC suspeito de pedofilia serão revistos
O procurador geral britânico vai rever os processos arquivados sobre alegados abusos sexuais de menores pelo apresentador da BBC Jimmy Savile, anunciou, esta quinta-feira, o primeiro-ministro britânico no Parlamento.
Corpo do artigo
David Cameron afirmou que Keir Starmer encarregou o principal conselheiro jurídico para rever o processo, datado de 2009, em que são feitas referências a três incidentes nos anos 1970 com raparigas de idade inferior a 16 anos numa instituição de menores e num hospital, e também a um adulto.
O escândalo sobre os alegados abusos sexuais de Jimmy Savile, que morreu no ano passado com 84 anos, rebentou há cerca de duas semanas após a transmissão de um documentário na ITV com testemunhos de várias vítimas.
Desde então, a polícia disse ter recebido e estar a investigar dezenas de queixas relativas a várias décadas, levando a BBC e o Serviço de Saúde britânico a anunciar a abertura de vários inquéritos internos.
"Estas alegações deixam muitas instituições, particularmente a BBC, com questões muito sérias a responder, sobretudo a questão sobre como é que foi permitido que ele o fizesse durante tanto tempo", disse Cameron, na sessão semanal de respostas aos deputados.
O primeiro-ministro não soube responder à interpelação do parlamentar trabalhista Tom Watson sobre uma rede de pedofilia com ligações a um antecessor em Downing Street.
"O processo usado para condenar Peter Righton [em 1992], se ainda existir, contém informações claras de uma ampla rede de pedofilia. Um dos membros gaba-se das relações com um assessor de um antigo primeiro-ministro, que dizia conseguir passar escondidas imagens indecentes de crianças do estrangeiro", vincou.
Segundo o deputado, estas pistas não foram seguidas, pelo que pretende que a polícia reveja e investigue a informação sobre as ligações ao gabinete de um antigo primeiro-ministro e ao parlamento.
Perante o "caso muito difícil e complexo" e sem perceber de que antecessor se tratava, David Cameron prometeu olhar para o assunto "com muito cuidado e ver que tipo de ajuda pode dar o governo".