"Provas suficientes" para investigar escutas a famílias das vítimas do 11 de Setembro
Um advogado das famílias das vítimas do 11 de Setembro defendeu a existência de "provas suficientes" para a abertura de um inquérito sobre eventuais escutas telefónicas, de que é suspeito o grupo de Rupert Murdoch.
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Depois de uma reunião com o ministro americano da Justiça, o advogado Norman Siegel, rodeado de vários familiares das vítimas dos atentados de 2001 às Torres Gémeas, em Nova Iorque, disse aos jornalistas existirem "alegações sérias e substanciais sobre eventuais escutas de famílias do 11 de Setembro".
Num primeiro encontro de cerca de 75 minutos com uma dezena de familiares das vítimas, o ministro da Justiça norte-americano, Eric Holder, informou que a investigação está numa "fase preliminar", mas é considerada "prioritária" e "comprometeu-se a acompanhar os factos", considerando "sérias" e "perturbadoras" as alegações, indicou um responsável do Departamento de Justiça.
No âmbito dessa "investigação preliminar", as famílias fizeram "três recomendações", explicou o advogado.
As recomendações passam pela recolha de todos os números de telefones móveis dos parentes das vítimas do 11 de Setembro para se poder verificar se houve escutas, pela análise de computadores e dos artigos de imprensa e peças audiovisuais para se detectarem eventuais informações pessoais que possam ter sido obtidas através de escutas.
"Esperamos que estas alegações se provem falsas, porque se forem verdadeiras representarão mais sofrimento para as famílias das vítimas do 11 de Setembro", disse o advogado, ao alertar que as penas previstas para esses casos podem ir até aos cinco anos de prisão e pagamento de multas.
Quanto ao grupo News Corp, de Murdoch, o advogado salientou que "não é acusado de nada", mas "quando alguma coisa se passa no Reino Unido, é lógico que se peça para se averiguar o que se passou nos Estados Unidos".
A News Corp está envolvida no Reino Unido num escândalo de escutas telefónicas e corrupção, que levou ao encerramento do jornal do grupo "News of the World", em Julho.