O presidente Vladimir Putin acusou, esta quinta-feira, o seu homólogo Barack Obama de uma "atitude hostil" face à Rússia e alertou contra qualquer tentativa de chantagem sobre Moscovo relacionada com a crise na Ucrânia.
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Putin, que chegou ao início da tarde à capital da Sérvia para participar nas celebrações que assinalam o 70.º aniversário da libertação de Belgrado, concedeu uma entrevista ao diário sérvio "Politika", publicada esta quinta-feira, e em tom particularmente combativo.
O líder do Kremlin adverte os Estados Unidos e seus aliados sobre as "tentativas de exercer chantagens sobre a Rússia", que representam um risco "para a estabilidade estratégica do mundo", e acusa Washington de ter provocado a crise na Ucrânia para de seguida atribuir a responsabilidade à Rússia. "Existia uma real possibilidade de terminar com a confrontação militar", sublinha, nas declarações ao "Politika".
Putin, que durante esta curta visita ao tradicional aliado sérvio também pretende reforçar a influência russa nesta decisiva região da Europa, desloca-se no final do dia para Milão, onde vai manter encontros com o seu homólogo ucraniano Petro Poroshenko e diversos dirigentes europeus.
À margem da cimeira ASEM (Diálogo Ásia-Europa), que vai juntar hoje e sexta-feira na cidade do norte da Itália dirigentes da União Europeia (UE) e de vários países asiáticos, os dois responsáveis vão tentar novas soluções para solucionar o conflito entre Kiev e os separatistas pró-russos do leste do país.
Na noite de quarta-feira, Poroshenko manteve uma conversa telefónica com Obama sobre o processo de paz no leste da Ucrânia.
Nas declarações ao diário de Belgrado, Putin referiu ainda que esta deslocação à Sérvia, também um país candidato à adesão à UE, constitui a oportunidade para contestar a "glorificação do nazismo", que na sua perspetiva ameaça a Europa.
"A nossa obrigação comum consiste em levantarmo-nos contra a glorificação do nazismo e qualquer tentativa em rever o período da Segunda Guerra Mundial", declarou.