Vladimir Putin falou aos soldados russos esta terça-feira, tendo feito um discurso breve de cinco minutos sobre a rebelião do grupo Wagner.
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O presidente russo Vladimir Putin discursou, esta terça-feira, aos soldados russos, para garantir que o "caos" terá sido evitado e um "desenvolvimento perigoso" terá sido travado, com o impedimento da rebelião do grupo Wagner, que durou 24 horas.
Numa mensagem curta, de cerca de cinco minutos, Putin discursou em defesa das forças de segurança da Rússia, os "verdadeiros defensores em tempos perturbados". Frisou ainda que nem as forças armadas nem o povo estiveram do lado da rebelião, e pediu um minuto de silêncio pelos militares russos mortos pelos amotinados, enquanto "cumpriam honrosamente o seu dever".
"Aqueles que foram atraídos para a rebelião viram que o exército e o povo não estavam do seu lado", realçou Putin, assegurando que o trabalho das forças de segurança no sábado "impediu o desenvolvimento extremamente perigoso da situação".
De acordo com o líder do Kremlin, que falou na Praça das Catedrais, em Moscovo, os militares e os serviços secretos russos (FSB) "travaram a guerra civil", atuando de uma forma coordenada, "pela lealdade ao povo da Rússia". "O resultado disto [a rebelião] seria o caos", sublinhou Putin.
O presidente russo acrescentou ainda que todas as unidades na frente da guerra na Ucrânia continuaram a combater: "não foi preciso retirar tropas". O chefe da Guarda Civil russa, que também esteve presente, veio dar uma nova explicação para o facto de as autoridades terem travado o grupo a 200 quilómetros de Moscovo. Decidiram concentrar todas as forças possíveis na capital, de forma a não permitir a tomada da cidade.
Putin acusou ainda o Ocidente de ter provocado a rebelião, juntamente com Yevgeny Prigozhin, líder dos combatentes a soldo da empresa Wagner. O grupo tomou a cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, e avançou com destino a Moscovo. Chegaram a estar a 200 quilómetros da capital.
A rebelião terminou com um acordo mediado pelo presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que, segundo o Kremlin, estabelece que Prigozhin está exilado na Bielorrússia, em troca de imunidade para si e para os seus mercenários.