As escola de Lorca estão fechadas indefinidamente. Muitas não terão condições para abrir tão cedo, dado que os sismos de quarta-feira causaram danos em cerca de 80% das casas daquela cidade espanhola. Património também muito afectado.
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O presidente da comunidade de Murcia, Ramón Luis Valcárcel, disse aos jornais espanhóis que 80% das casas foram afectadas pelos terramotos que ontem sacudiram aquela cidade, com 100 mil habitantes, do sudeste de Espanha.
Fontes citadas pelo jornal "El Mundo" estimam que "praticamente a totalidade" das 20 mil casas que constituem o casco urbano de Lorca sofreram algum tipo de dado em consequência do sismo, que causou pelo menos 10 mil desalojados, quase 400 feridos e nove mortos, segundo o novo balanço oficial.
Depois de uma noite em que milhares de pessoas ficaram ao relento,70 técnicos, entre engenheiros e arquitectos, estão já no terreno a avaliar os estragos e resistência das estruturas que ficaram de pé.
Será feita uma primeira separação, com os técnicos a colocarem autocolantes verdes nas portas das casas onde, ainda que haja danos, é seguro habitar, e vermelhos onde não se pode entrar.
Só depois disso se determinarão, globalmente, quantas pessoas necessitarão apoio com alojamento.
Parte dos escombros foi já retirada nas últimas horas, ainda que algumas ruas e alguns locais continuem com acessos fechados ou fortemente condicionados.
As escolas vão ficar fechadas "indefinidamente", anunciaram as autoridades locais. A autarquia que explicou que prioridade continua a ser apoiar as famílias locais, especialmente os deslocados que não podem regressar a casa.
Cavaco Silva, presidente da República de Portugal, e Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia enviaram já votos de condolências ao Governo espanhol, que vai aprovar na sexta-feira, em Conselho de Ministros, um pacote de medidas que permita agilizar o apoio às populações e iniciar as tarefas de reconstrução.
O primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, já disse que o Governo não vai poupar esforços na recuperação da cidade, centrando, no imediato, a prioridade nas infraestruturas relacionadas com a saúde.
A cidade tem vários edifícios declarados Bens de Interesse Cultural. O património cultural e artístico de Lorca sofreu danos importantes, refere uma análise preliminar da Conselharia da Cultura regional.
Técnicos do serviço patrimonial da comunidade autónoma de Múrcia já estão na região para uma primeira análise à dimensão dos danos causados, já que o impacto do sismo se sentiu especialmente na zona antiga da cidade de 100 mil habitantes.
Os técnicos estão a separar os edifícios em três grupos: os que caíram (como o campanário da Igreja de San Diego), os que correm perigo de desabamento e os que ficaram danificados mas não correm perigo.
Depois, mediante essa análise, serão determinadas as acções a tomar.
Entre os 10 mil desalojados, uma das situações mais preocupantes é a dos imigrantes, maioritariamente africanos e latino-americanos que não têm, ao contrário dos espanhóis, alternativas com familiares ou amigos noutras localidades.
Para isso estão a ser mobilizadas as unidades hoteleiras da região onde poderão vir a ser instalados muitos dos deslocados.
Cinco acampamentos provisórios estão instalados em várias zonas abertas, como o espaço da feira de Lorca, e unidades da Cruz Vermelha, Protecção Civil e da Unidade Militar de Emergências continuam a apoiar os afectados pelo sismo.