O chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, reconheceu, esta quinta-feira, no parlamento, que cometeu um erro quando confiou no ex-tesoureiro do Partido Popular Luis Bárcenas, figura central de um escândalo financeiro no país.
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"Cometi um erro ao manter a confiança em alguém que nós sabíamos que não a merecia", afirmou Rajoy, referindo-se a Luis Bárcenas, que confessou a existência de financiamentos ilegais e uma lista de distribuição de verbas não tributadas a figuras de topo do partido no poder em Espanha.
O primeiro-ministro garantiu que pediu para ir ao parlamento para "travar a erosão da imagem de Espanha que alguns cultivam" e desmentir "manipulações e insinuações maliciosas"
Na sua intervenção, Rajoy considerou impossível satisfazer com as suas explicações quem já formou a sua opinião previamente e que, diga o que disser, continuará a exigir a sua demissão.
Dirigindo-se aos socialistas, que pediram a demissão do líder espanhol, o primeiro-ministro acusou-os de falta de compromisso com a verdade, acrescentando que não lhes interessa nada que "não coincida com esse dogma pessoal que pré-fabricaram".
Rajoy afastou qualquer possibilidade de demissão, ao afirmar perante os deputados que "o caso Bárcenas" não o impediu, nem impedirá, de governar. "Nada relacionado com esta questão me impediu ou vai impedir de governar. Nada disto atinge, limita ou condiciona a agenda do Governo", declarou.
O líder do Governo de direita acrescentou que o PP pagou "complementos salariais" aos dirigentes partidários, correspondentes "a trabalho" realizado. Estas somas "foram pagas por trabalho e foram registadas na contabilidade. Declarar estes rendimentos às finanças é uma responsabilidade individual", assegurou aos deputados.
O caso, que começou a ser revelado em 2009, sobre o suposto financiamento ilegal do PP da Província de Valência, envolve o ex-tesoureiro do partido, que se encontra em prisão preventiva e que afirmou no dia 15 de julho perante um juiz que efetuou pagamentos de verbas aos dirigentes do partido, incluindo Mariano Rajoy, no valor de 25 mil euros anuais.