O ex-tesoureiro do Partido Popular espanhol Luís Bárcenas - que está a ser ouvido, esta segunda-feira, por um juiz da Audiência Nacional, em Madrid, revelou ter entregue ao primeiro-ministro, Mariano Rajoy, e à secretária-geral daquele partido, Maria Dolores de Cospedal, 50 mil euros em dinheiro nos anos de 2008, 2009 e 2010.
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Luís Bárcenas tem estado a apresentar ao juiz uma grande quantidade de documentos comprovativos, em suporte informático. A contabilidade manuscrita feita por si inclui entradas de dinheiro, oriundo de donativos de empresários, e outros gastos de funcionamento.
De acordo com a imprensa espanhola, Bárcenas declarou ter pago 25 mil euros em 2010 a Rajoy e outros 25 mil euros a Cospedal. Os valores foram pagos em efetivo em notas de 500 euros. O ex-tesoureiro disse, ainda, não poder apresentar recibos dos pagamentos feitos, na medida em que eles não eram exigidos nem a quem doava os montantes, nem a quem os recebia.
O ex-tesoureiro, que sempre negou a autoria da contabilidade manuscrita - que foi dada a conhecer pelo jornal El País -, acabou, esta segunda-feira, por assumir que toda a contabilidade paralela do Partido Popular foi elaborada por si.
Luis Bárcenas geriu as contas do Partido Popular espanhol durante cerca de 18 anos e está a ser investigado por envolvimento num alegado esquema de pagamentos irregulares aos principais dirigentes do partido, entre 1990 e 2009, e que incluem o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy.