O chefe do Executivo espanhol em funções e líder do Partido Popular, Mariano Rajoy, anunciou, após um encontro com o rei Felipe VI, que vai submeter-se à investidura e tentar formar governo.
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Numa conferência de imprensa no Palácio de La Moncloa em Madrid, sede da presidência do Governo espanhol, Mariano Rajoy anunciou que aceitou o convite do rei para formar governo e que assumiu o compromisso de fazer "todos os esforços possíveis para alcançar os acordos que Espanha precisa".
Rajoy explicou que vai dirigir-se "de forma preferencial" às forças "constitucionalistas", com as quais acredita "ser razoável encontrar acordos". Também assegurou que vai "redobrar os esforços" da negociação.
Nesse sentido, o líder do Partido Popular (PP, direita) indicou que vai iniciar na sexta-feira as negociações com as outras forças políticas, comprometendo-se a informar num "prazo razoável de tempo" sobre o resultado das conversações, sem avançar uma data concreta.
Rajoy reiterou o objetivo principal de evitar a realização de novas eleições em Espanha, as terceiras, e apelou ao respeito da vontade expressa pelos eleitores espanhóis nas urnas.
O rei terminou esta quinta-feira à tarde, com Mariano Rajoy, a ronda de conversações com todos os líderes das forças políticas espanholas e em seguida irá convocar a presidente do Congresso, Ana Pastor, para a informar do resultado das consultas e apresentar a proposta de candidato a presidente do executivo.
O atual Congresso de Deputados foi formado na sequência das eleições de 26 de junho, seis meses depois das eleições anteriores, de 20 de dezembro, em que os partidos políticos espanhóis não conseguiram formar um governo estável.
Nessa altura, Felipe VI fez três rondas de encontros com os partidos representados no parlamento para tentar encontrar uma solução para o impasse que se manteve até ao fim.
Todos os partidos defendem que não deve haver novamente eleições (pela terceira vez), mas a falta de uma maioria clara bloqueia a formação de um executivo.
O Partido Popular foi o mais votado nas eleições de 26 de junho e também o único que subiu em votantes e número de deputados, mas com os seus 137 lugares continua sem a maioria absoluta de 176 deputados num total de 350.
O PSOE ficou em segundo lugar, conquistando 85 lugares, enquanto a aliança Unidos-Podemos ficou em terceiro, com 71 deputados. A quarta formação mais votada foi o Ciudadanos, que alcançou 32 assentos.