Um grupo islamita reivindicou o rapto de dezenas de reféns ocidentais no sul da Argélia, dizendo que o ataque ao campo de gás foi uma retaliação pela operação francesa no Mali.
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A operação foi reivindicada pelo grupo designado "Assinantes pelo Sangue", dirigido pelo argelino Mokhtar Belmokhtar, que foi expulso recentemente da al-Qaeda do Magrebe islâmico (AQMI).
"Anunciamos que conseguimos realizar um ataque de grande escala em resposta (...) à cruzada feita pelas forças francesas no Mali", proclama-se na declaração colocada no sítio mauritano na internet Alakhbar, que costuma divulgar comunicados dos islamitas.
"Afirmamos que os reféns são mais de 40 cruzados, dos quais sete norte-americanos e dois britânicos", especifica-se no texto.
"Responsabilizamos a Argélia e os países dos reféns de qualquer atraso na satisfação das nossas condições, das quais a primeira é a paragem desta agressão contra os nossos no Mali", sublinha o grupo.
As autoridades argelinas já informaram a existência de dois mortos, um argelino e um britânico, em resultado do ataque, a tomada de reféns ocidentais e a retenção no local de 150 empregados argelinos do grupo francês de restauração CIS.
As instalações, localizadas em In Amenas, no centro-este da Argélia, perto da fronteira com a Líbia, a cerca de 1300 quilómetros de Argel, são exploradas pelos grupos britânico BP, norueguês Statoil e argelino Sonatrach.
As tropas francesas estavam, esta quarta-feira, a progredir para o Norte do Mali, com combates no solo que constituem uma nova etapa no envolvimento militar da França, depois dos raides aéreos realizados desde 11 de janeiro, no Centro e Norte do país, para impedir o avanço dos islamitas sobre a capital, Bamaco.
"A Argélia foi escolhida para realizar esta operação para ensinar ao [presidente argelino Abdelaziz] Buteflika que nunca aceitaremos a humilhação da honra do povo argelino (...), abrindo o céu argelino à aviação francesa", precisa o comunicado.
Os dirigentes franceses tinham indicado no dia 13 que a Argélia autorizava "sem limite o sobrevoo do seu território" pelos aviões franceses.
"Esta operação inscreve-se também na campanha mundial de luta contra os judeus e os cruzados", ainda segundo o comunicado dos islamitas.