Um reformado espanhol, residente em Mataró (Barcelona) e proprietário de três habitações, decidiu ceder uma das casas para uma família que tenha ficado sem teto devido a ação de despejo pelo não pagamento do crédito à compra de habitação por causa da crise económica.
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Eulogio Carmona ficou muito comovido quando, em Novembro último, ouviu mais uma história de uma mulher que, devido à crise económica, deixou de pagar as prestações do crédito à compra de habitação e foi obrigada a entregar o imóvel. Amaia Egaña, de 53 anos, suicidou-se, no dia em que devia entregar a casa, atirando-se da varanda para a rua.
Esta história trágica mexeu com Eulogio Carmona e fê-lo pensar na sua situação e olhar com mais atenção para o drama por que estão a passar muitas famílias espanholas.
"Tenho a minha casa em Mataró, uma residência em Cerdeña, na zona dos Pirinéus, e um apartamento na localidade de Vera, que comprei há cinco anos e onde vou uma vez por ano, no verão. Assim, pensei que deveria de haver famílias a quem este apartamento fizesse mais falta", explicou.
Anunciou a sua decisão numa rede social, onde acabou por conhecer uma advogada, que se prestou a ajudá-lo a encontrar a melhor forma legal para materializar a ideia. Propôs-lhe que redigisse um documento de concessão do espaço por tempo determinado.
Assim, a família que for para lá viver apenas terá a seu cargo as contas com a luz, eletricidade, gás e condomínio.
Entrevistado pela agência noticiosa Efe, Eulogio Carmona afirmou esperar que o seu exemplo "desperte a solidariedade nas ruas" e que, entre todos os cidadãos, se consiga, "se não solucionar, pelo menos atenuar o problema que todos estão a sofrer".