O Iraque assinala, esta terça-feira, discretamente, o décimo ano da queda de Bagdade, que marcou o fim do regime de Saddam Hussein mas abriu uma nova era de violência no país.
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No dia 9 de abril de 2003, as tropas da coligação internacional coordenadas pelos Estados Unidos entraram no centro da capital iraquiana e encontraram apenas alguns focos de resistência por parte do exército iraquiano, desmoralizado e desorganizado.
A invasão do Iraque foi justificada pela existência de armamento de destruição que posteriormente nunca foi provado existir nas mãos do ditador iraquiano e apoiado por Governos como o de Portugal, na altura liderado por Durão Barroso, atual presidente da Comissão Europeia, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas, que em 2003 ocupava o cargo de ministro da Defesa.
A imagem do soldado norte-americano de origem chinesa que cobre a estátua de Saddam Hussein na Praça de Revolução, antes do derrube do monumento, marca o dia 9 de abril de 2003, entre os festejos de civis iraquianos que acabaram por durar muito pouco tempo.
A organização "Body Count", citada pela France Presse, indica que 112 mil civis morreram entre o mês de março de 2003 e o mesmo mês de 2013 vítimas de atos de violência que continuam presentes no quotidiano do país.
Os soldados norte-americanos ficaram rapidamente encurralados após a campanha de 2003 entre as milícias xiitas e os resistentes sunitas.
De acordo com os números indicados pelo site icasualites.org, 4486 soldados dos Estados Unidos morreram no Iraque durante os oito anos de ocupação que se prolongou até ao mês de dezembro de 2011.
O Governo iraquiano não programou qualquer cerimónia para assinalar a queda de Bagdade e apenas a Região Autónoma do Curdistão, que sofreu em larga medida a ditadura de Saddam Hussein, decretou feriado.
Na praça central da capital iraquiana, apenas um cartaz que ilustra a queda da estátua de Saddam em 2003 recorda o dia em que os militares da coligação internacional tomaram a cidade.