O Governo britânico anunciou esta quinta-feira estar a trabalhar em conjunto com o Catar para fazer chegar mais ajuda humanitária à Faixa de Gaza, com uma primeira remessa de 17 toneladas de tendas a enviar esta quinta-feira.
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As tendas de tamanho familiar, que vão seguir de avião para ao Egito, destinam-se a abrigar o número crescente de pessoas e famílias deslocadas pela invasão militar e bombardeamento do território de Israel em resposta aos ataques do Hamas de 7 de outubro.
A iniciativa coincide com a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, à região, onde se encontrou na quarta-feira como o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
"A dimensão do sofrimento em Gaza é inimaginável. É preciso fazer mais, e mais depressa, para ajudar as pessoas retidas nesta situação desesperada. Triplicámos a nossa assistência a Gaza e a cooperação com parceiros como o Catar está a ajudar", afirmou, citado num comunicado.
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, as informações disponíveis sugerem que 90% da população esteja a sobreviver com menos de uma refeição por dia no norte de Gaza.
Cameron disse ter transmitido a Netanyahu que "é necessário que muito mais camiões possam entrar em Gaza e que mais postos de passagem sejam abertos".
"Precisamos de uma pausa humanitária imediata para permitir a entrada de ajuda e a saída dos reféns, seguida de um cessar-fogo sustentável, sem regresso às hostilidades", vincou.
O chefe da diplomacia urgiu Tel Aviv a deixar que o porto marítimo israelita de Ashdod possa ser usado para receber ajuda humanitária destinada a Gaza e a abrir o acesso junto a Kerem Shalom.
O Reino Unido defende um aumento do fluxo de ajuda para Gaza através de pausas humanitárias prolongadas, a abertura de mais rotas de entrada e o restabelecendo total do abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Na quarta-feira, David Cameron também se encontrou com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, e o ministro sem pasta, Benny Gantz, em Jerusalém, e com o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, em Ramallah.
Depois da escala desta quinta-feira no Catar, o ministro segue para a Turquia, onde deverá reunir-se dirigentes do governo turco para debater instabilidade regional e formas de colaboração para permitir o regresso em segurança dos reféns israelitas que o Hamas ainda mantém.
Os ataques de Israel à Faixa de Gaza resultaram em mais de 25 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo o Hamas.
A ofensiva foi uma resposta aos ataques do grupo islamita palestiniano em solo israelita 7 de outubro, que provocaram cerca de 1200 mortos e 250 reféns.