O ministro britânico Dominic Raab disse este domingo "não ser credível" a explicação das autoridades da Arábia Saudita sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi, no consulado árabe na Turquia.
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"Não penso que seja credível", afirmou Raab à televisão BBC, acrescentando tratar-se de um "caso terrível", mas defendendo que o Reino Unido não deve romper relações com Riade.
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O ministro apoiou a abertura de um inquérito às circunstâncias da morte de Khashoggi por parte das autoridades turcas e que os responsáveis sejam condenados.
Londres não vai cortar relações com a Arábia Saudita, não só devido aos muitos postos de trabalho de ingleses que dependem dessas relações, mas também, segundo o governante, porque quando se quer influenciar a opinião dos seus parceiros tem de se dialogar com eles.
O Partido Trabalhista e o Partido Liberal Democrata exigiram ao governo britânico que bloqueie a venda de armas à Arábia Saudita, mas Raab assegurou que o sistema de exportações do Reino Unido "é um dos mais rigorosos do mundo".
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A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, exigiu no sábado uma "investigação aprofundada" sobre a morte "extremamente perturbadora" do jornalista saudita e que os autores sejam responsabilizados.
A União Europeia "insiste na necessidade de uma investigação aprofundada, credível e transparente, que esclareça as circunstâncias da morte e force os responsáveis a assumir total responsabilidade", afirmou Federica Mogherini, em comunicado.
Jamal Khashoggi, 60 anos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 02 de outubro para obter um documento para casar com uma cidadã turca e nunca mais foi visto.
Jornalista saudita residente nos Estados Unidos desde 2017, Khashoggi era apontado como uma das vozes mais críticas da monarquia saudita.
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A Arábia Saudita reconheceu que o jornalista foi morto no seu consulado em Istambul durante uma luta, referindo que 18 sauditas estão detidos como suspeitos, segundo a agência oficial de notícias SPA.
A mesma agência revelou também que um conselheiro próximo do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, foi demitido, juntamente com três líderes dos serviços de inteligência do reino e oficiais.
As informações reveladas não identificam os 18 sauditas detidos pelas autoridades.