Mais de metade dos brasileiros rejeita a gestão da pandemia feita pelo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, uma percentagem recorde, segundo uma sondagem do Instituto Datafolha divulgada esta quarta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.
Corpo do artigo
O número de pessoas que consideram a gestão de Bolsonaro na crise sanitária má ou péssima passou de 48% em janeiro para 54% em março.
Já os que acham a gestão do chefe de Estado brasileiro ótima ou boa passou de 26% para 22%, enquanto os que o veem como regular passaram de 25% para 24%. Um por cento não opinou.
Bolsonaro, que adotou uma abordagem negacionista face ao surgimento da covid-19, doença que descreveu como uma "gripezinha", já se declarou contra medidas de distanciamento social, fez ressalvas sobre o uso de máscaras e a segurança da vacinação.
Quase metade dos brasileiros (42%) considera Bolsonaro o principal culpado pelo recrudescimento da pandemia, que já matou mais de 282.127 pessoas e infetou mais de 11,6 milhões no país, segundo o DataFolha.
Já 20% acreditam que os maiores responsáveis são governadores, 17% os prefeitos, 15% dizem que todos são culpados, 1% considera que a culpa é da população, 1% diz que não há culpados e 1% declara não saber.
Na terça-feira, o Brasil registou um recorde diário de óbitos (2841) por covid-19.
O recorde anterior havia sido notificado na quarta-feira da semana passada, quando a nação sul-americana, com 210 milhões de habitantes, somou 2286 óbitos em 24 horas.
A média de mortes provocadas pela covid-19 no Brasil subiu para 1965, número também recorde desde o primeiro caso de coronavírus no país, em 26 de fevereiro de 2020.
Segundo o DataFolha, a má imagem do Presidente brasileiro, afeta diretamente a avaliação geral do seu Governo, que está no pior nível desde que tomou posse, em janeiro de 2019.
A sondagem indicou que 44% dos brasileiros reprovam o Presidente, face aos 40% que reprovavam em janeiro passado. A aprovação e o julgamento como regular seguem estáveis, de 31% para 30% e de 26% para 24%, respetivamente.
O DataFolha inquiriu por telefone 2023 pessoas nos dias 15 e 16 de março. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.