Jeddah acolhe 30 Estados com o objetivo de discutir soluções para a guerra na Ucrânia. Analista em Ciência Política diz tratar-se de um pretexto para “limpar a imagem” do país.
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Sem contar com a presença da Rússia, a Arábia Saudita recebe, entre este sábado e domingo, na cidade portuária de Jeddah, 30 países, incluindo os EUA, Brasil, Índia e África do Sul, para que sejam discutidas soluções que coloquem um ponto final na guerra na Ucrânia. A iniciativa do Estado do Médio Oriente surpreende na medida em que alega ter como principal objetivo travar o conflito espoletado por um dos seus grandes aliados na cena internacional. Por trás da boa vontade saudita existirá, contudo, outra motivação: “Colocar o país na rota da diplomacia e limpar a imagem perante o Mundo”, considera Sandra Fernandes, investigadora do Centro de Investigação em Ciência Política (CICP) da Universidade do Minho.
Em cima da mesa estarão os planos de paz de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, da China e dos países africanos, sendo que cada um deles contempla medidas diferentes. Apesar da diversidade de possíveis resoluções para o conflito no Leste da Europa, Felipe Pathé Duarte, investigador da Nova School of Law, acredita que, no encontro, deverá haver uma forte tendência para se “ajudar a convencer o Sul Global a apoiar o plano de paz do chefe de Estado ucraniano, que reafirma a integridade territorial do país invadido”.