O Rio de Janeiro transformou-se num "campo minado". A empresa "Light", responsável pela distribuição de energia, admite que 130 postos subterrâneos podem explodir a qualquer momento. Veja o vídeo.
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Perto de acolher o Campeonato do Mundo e as Olimpíadas, em 2014 e 2016, respectivamente, a "Cidade Maravilhosa" está a enfrentar mais um grave problema de infra-estruturas, desta vez com os postos subterrâneos de transformação de energia, que estão a explodir com frequência em bairros como Copacabana e Ipanema, assustando moradores e turistas.
Na passada sexta-feira, uma tampa de esgoto foi atirada a uma altura de quatro metros, após uma explosão que abriu uma "cratera" de seis metros de diâmetro e interditou a via, próximo da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, uma das mais movimentadas da cidade.
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Cinco pessoas ficaram feridas e tiveram de ser transportadas para o hospital Miguel Couto. Um veículo ficou completamente destruído depois de ser atingido com violência pela tampa de esgoto.
Em Junho de 2010, uma turista norte-americana ficou com 80% do corpo queimado após uma explosão de uma estação de energia em Copacabana. Sarah Nicoli ficou internada no hospital durante 68 dias.
Acontecimentos como estes tornaram-se rotina no Rio de Janeiro. Segundo um levantamento feito pelo jornal "O Globo", a "Cidade Maravilhosa" regista, em média, uma explosão de um posto de transformação a cada três meses. A conta vai em 28 explosões, três incêndios e nove registos de fumo em estações da empresa na Zona Sul e Centro.
No "ranking" de explosões, Copacabana "lidera" com 18 ocorrências, seguida do Centro da cidade, com 12 casos. Ipanema, bairro eternizado pelos versos de Tom Jobim e Vinicius de Morais, completa o "pódio" com três acidentes.
O presidente da "Light", Jerson Kelman, revelou que ainda há risco de novas explosões. Em toda a cidade, há quatro mil subestações de energia, destas, duas mil estavam em mau estado de conservação, sendo que 1170 em áreas de grande circulação de veículos e pessoas.
Kelman informou que 1040 câmaras subterrâneas foram inspeccionadas e reparadas, restando 130, que ainda representam elevado risco de explosão.
A empresa promete aumentar em 30% os investimentos na melhoria da rede eléctrica, além de indemnizar os feridos e a prefeitura.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, pediu à "RioLuz" uma auditoria externa com carácter de emergência, para que a rede de energia da cidade seja avaliada. Ao jornal "O Dia", o autarca disse que "o tempo da 'Light' acabou".
"Foi uma cena de atentado terrorista. Tivemos muita sorte. Poderia ter morrido muita gente. A 'Light' precisa de apresentar um plano claro e rápido", disse Paes.