Um deputado britânico alega que o oligarca e proprietário do clube de futebol do Chelsea, Roman Abramovich, está a vender apressadamente propriedades no Reino Unido para evitar possíveis sanções financeiras.
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O deputado trabalhista e dirigente do comité de normas parlamentares, Chris Bryant, acusou o Governo de estar a demorar muito tempo a impor sanções às pessoas com ligações a Vladimir Putin após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Usando o privilégio parlamentar que o protege de procedimentos legais, Bryant sugeriu, segundo o jornal britânico "The Guardian", que Abramovich está a tomar medidas para evitar que os seus bens sejam congelados. "Acho que ele [Abramovich] está com medo de ser sancionado e é por isso que já vai vender a sua casa amanhã [quarta-feira] e outro apartamento também", disse o deputado na Câmara dos Comuns na terça-feira.
O Ministério das Relações Exteriores britânico anunciou que "120 empresas e oligarcas" serão atingidos por novas restrições financeiras. No entanto, apenas alguns indivíduos foram alvo dessas sanções até agora.
Rumores de compradores e obras na casa
No fim de semana passado, o oligarca anunciou que ia entregar a "administração e cuidados" do Chelsea aos curadores da sua fundação de caridade.
No dia seguinte, vários jornalistas reuniram-se do lado de fora da mansão de 15 quartos de Abramovich em Kensington Palace Gardens, a oeste de Londres, após rumores de que um potencial comprador deveria fazer uma visita à propriedade na hora do almoço, que foi comprada por 90 milhões de libras (equivalente a 108 milhões de euros) em 2009. Um táxi preto parou do lado de fora por volta do meio-dia e partiu novamente cinco minutos depois sem ninguém sair.
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Além disso, havia muita atividade na casa, tendo um operário dito que os decoradores estavam "repintar todas as paredes do andar de baixo".
Abramovich fora das sanções britânicas
Na terça-feira passada, o Governo britânico anunciou sanções contra os "oligarcas" Gennady Timchenko, Boris Rotenberg e o sobrinho deste último, Igor Rotenberg, cujos bens no Reino Unido foram congelados, além de estarem proibidos de entrar no país. Determinou também o congelamento dos ativos dos bancos Bank Rossiya, Black Sea Bank, IS Bank, Genbank e Promsvyazbank e disse estar pronto a avançar com mais sanções financeiras.
Um dia depois, Boris Johnson esclareceu que "Roman Abramovich não foi alvo de medidas direcionadas".