O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi eliminado na primeira volta das eleições primárias do centro-direita, que irão eleger o candidato às presidenciais de abril/maio do próximo ano.
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Nicolas Sarkozy admitiu a derrota e anunciou o seu apoio ao candidato François Fillon, um moderado que terminou a votação desde domingo em primeiro lugar, quando os resultado estão praticamente apurados na totalidade.
Alain Juppé ficou em segundo lugar e os dois vão voltar a disputar o lugar na corrida ao Eliseu na segunda volta a realizar no próximo domingo.
Durante boa parte da campanha, Fillon, de 62 anos, foi considerado como o terceiro homem do anunciado duelo entre Juppé e Sarkozy. No entanto, o ex-primeiro-ministro obteve 44% dos votos, mais 16 pontos do que Juppé e mais 23 do que Sarkozy.
O duelo que se espera é, assim, entre os ideais mais conservadores de Fillon frente aos mais moderados de Juppé.
O vencedor da segunda volta da direita (na oposição) tem muitas opções, segundo as sondagens, de alcançar o Eliseu, frente a uma esquerda desunida e a uma extrema-direita prejudicada pelo sistema a duas voltas.
Votaram nas eleições de domingo cerca de quatro milhões de eleitores.
Nunca sigam o caminho dos extremos
O antigo presidente francês Nicolas Sarkozy reconheceu a sua derrota e anunciou a retirada da vida política.
O antigo chefe de Estado de França (2007-2012) disse que vai votar no seu antigo primeiro-ministro François Fillon e deixou ainda um apelo aos seus apoiantes: "Nunca sigam o caminho dos extremos", numa alusão ao partido de extrema-direita Frente Nacional.
Adorado por uns e detestado por outros, o antigo presidente francês, de 61 anos, não fez qualquer tentativa de recuperar o poder, depois de uma campanha em que se apresentou como a voz "da maioria silenciosa" contra as elites. "É tempo de criar mais paixão privada e menos paixão política", afirmou Sarkozy.
"Tenho muita estima por Alain Juppé, mas as escolhas políticas de François Fillon são-me mais próximas", explicou Sarkozy, numa referência ao plano económico e conservador e às questões sociais defendidas pelo seu antigo chefe de Governo.
Nicolas Sarkozy deixou também uma mensagem emotiva e de esperança: "Boa sorte para França, boa sorte para vocês, meus queridos compatriotas, estejam seguros de que francês eu sou, francês continuarei e tudo o que de próximo ou longínquo afetar França me vai tocar profundamente".
As primárias da oposição francesa, etapa chave para as presidenciais de 2007, começaram oficialmente a 21 de setembro com a confirmação de sete candidatos, entre os quais eram favoritos Nicolas Sarkozy, o ex-primeiro-ministro Alain Juppé e o também antigo chefe de Governo François Fillon.
As primárias foram anunciadas como dirigidas a todos os que se reconhecem nos "valores da direita e do centro", militantes ou não.