Militantes da organização jiadista Estado Islâmico divulgaram este sábado um vídeo em que dizem mostrar a execução do refém japonês Kenjo Goto.
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A divulgação do vídeo com a decapitação do jornalista japonês foi anunciada este sábado à noite pela organização SITE, que monitoriza as ações do Estado Islâmico. No vídeo, afirma o SITE, não é feita qualquer referência à situação do piloto jordano também refém do EI.
Nas imagens, que ainda não foram sujeitas a verificação, vê-se um homem de cara tapada junto a Kenji Goto com uma faca na garganta, seguido de imagens do corpo com a cabeça pousada.
Dirigindo-se ao primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, o homem (que se presume ser o militante jiadista conhecido como Jihadi John) diz: "Por causa da decisão imprudente de tomar parte numa guerra impossível de vencer, esta faca irá não só matar Kenji mas também vai continuar e causar uma carnificina onde quer que as vossas pessoas sejam encontradas. Que comece o pesadelo do Japão".
A Casa Branca anunciou, entretanto, que está a tentar confirmar a autenticidade do vídeo, mas o Governo japonês já reagiu à provável decapitação. "Sinto uma profunda indignação com o facto de que um acto terrorista desumano e desprezível como este tenha sido novamente cometido", reagiu um porta-voz do executivo japonês.
Duas horas depois da divulgação do vídeo, o primeiro-ministro japonês também reagiu publicamente à morte de outro dos seus concidadãos às mãos dos jiadistas. "O Japão nunca irá perdoar os assassinos", garantiu Shinzo Abe. "É um ato de terrorismo desprezível, horrível, em relação ao qual estou muito irritado", disse aos jornalistas Abe, visivelmente emocionado, acrescentando que o Japão não abdicará de lutar contra um "terrorismo inaceitável".
Na quinta-feira, o Estado Islâmico ameaçara executar em 24 horas Kenji Goto, um jornalista de 47 anos capturado presumivelmente em finais de outubro, e o piloto jordano Maaz al-Kassasbeh, feito refém a 24 de dezembro depois de o seu avião, um F-16 da Força Aérea da Jordânia, ter caído na região de Raqqa, no norte da Síria.
No início desta semana, os 'jihadistas' anunciaram que tinham executado um outro refém nipónico, Haruna Yukawa, sequestrado em meados de agosto do ano passado, quando alegadamente dava apoio logístico a um grupo rebelde implicado na guerra civil síria e rival do EI.
O grupo radical reclamara que o Governo japonês pagasse 200 milhões de dólares (172 milhões de euros) pela libertação dos dois cidadãos nipónicos.