Com a ascensão de Carlos III ao trono, a iconografia real britânica - incluindo notas, selos e estandartes - terá que ser renovada. O processo já teve início, mas deverá prolongar-se por muito tempo até que esteja concluído,
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Separar o nome e imagem da Rainha Isabel II da iconografia oficial britânica é o desafio que as autoridades terão pela frente. Uma missão que poderá estender-se por um período mínimo de dois anos, dada a necessidade de substituir um largo número de objetos em circulação
Só o número de notas e moedas com o rosto da rainha ascende a 4.5 mil milhões, equivalentes a 80 mil milhões de libras, segundo o "The Guardian". Desde o lançamento das novas notas até à sua retirada de circulação poderão passar vários anos. De qualquer forma, o processo deverá ser mais célere do que o que aconteceu com a rainha no início do seu reinado, já que teve que esperar oito anos até que o seu rosto figurasse nas notas.
Outra mudança prevista, ainda que mais simples, irá acontecer com o hino, que irá ver substituído o notório "God save the queen" pelo equivalente masculino. O hino está em uso desde 1745, quando uma versão inicial dizia: "Deus salve o grande George, nosso rei, viva o nosso nobre rei, Deus salve o rei".
O mesmo deverá suceder com o juramento a que os titulares de cargos públicos estão obrigados, incluindo os deputados da câmara dos comuns, que já não terão que jurar "lealdade verdadeira a Sua Majestade a Rainha Isabel II, seus herdeiros e sucessores", passando a referir "Carlos III".
Nos 14 países em que a Rainha Isabel II era chefe de Estado, haverá necessidade de mudar a Constituição, que referia expressamente o nome da soberana. Em alguns desses países, como a Jamaica, nos quais existe um forte sentimento republicano, é provável que a mudança do trono reacenda o debate em torno da manutenção desse estatuto.