O presidente do Senado brasileiro, Renan Calheiros, antecipou para a próxima segunda-feira a criação de uma comissão especial que analisará o processo de destituição da presidente Dilma Rousseff.
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Renan Calheiros tinha dito que pretendia estabelecer uma comissão na próxima terça-feira, mas depois de alguns senadores da oposição se manifestarem contra a proposta, o presidente do órgão legislativo decidiu antecipar a sua criação.
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"Não cobrarei antecipação de prazos, mas não deixarei de me manifestar quando eu vir que prazos possam ser cumpridos com mais celeridade. Não será compreensível se, na segunda-feira subsequente, não iniciarmos os trabalhos dessa comissão. O razoável é que vossa excelência possa permitir que já na segunda haja eleição e composição", afirmou o senador Aécio Neves, presidente do PSDB.
O processo no Senado começou na terça-feira, com a leitura de um relatório da Câmara dos Deputados, que no passado domingo votou a favor da continuidade do processo que pode levar à perda do mandato da Presidente, acusada de manobras fiscais na apresentação de contas da sua gestão entre 2014 e 2015.
Na Câmara dos Deputados, 367 legisladores votaram a favor da abertura do processo de 'impeachment', 137 contra, sete abstiveram-se e dois não estiveram presentes na sessão de mais de nove horas.
Após a leitura do relatório dos deputados, os partidos representados na Câmara Alta terão um prazo de 48 horas para eleger os 21 membros da comissão especial que durante dez sessões vai debater o assunto e elaborar um relatório que será depois discutido em plenário do Senado.