A "versão final da primeira fase" do plano do presidente norte-americano, Donald Trump, para acabar com a guerra em Gaza foi assinada esta quinta-feira por todas as partes envolvidas, anunciou o Governo israelita.
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"A versão final da primeira fase foi assinada esta manhã no Egito por todas as partes para a libertação de todos os reféns" detidos em Gaza pelo Hamas ou outros grupos palestinianos, disse Shosh Bedrosian, porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, numa conferência de imprensa online.
O acordo ainda precisa de ser validado pelo gabinete de segurança israelita, numa reunião marcada para as 15:00 de Lisboa, referiu Bedrosian, acrescentando que um cessar-fogo entrará em vigor dentro de 24 horas após a aprovação.
A primeira fase do plano envolve a retirada parcial do Exército israelita para a denominada "linha amarela" demarcada pelos Estados Unidos, linha divisória entre Israel e Gaza, a libertação de 20 reféns em posse do Hamas e de 1950 presos palestinianos.
A troca de reféns pelos presos palestinianos faz parte de um acordo alcançado na quarta-feira à noite no Egito entre o Hamas e Israel, que entrará em vigor assim que for ratificado pelo Governo israelita, que se reúne hoje à tarde.
Segundo uma fonte governamental israelita, após a ratificação do plano pelo Governo, o exército terá um prazo de 24 horas para se retirar até à "linha amarela" estipulada no acordo.
Uma vez concluída a retirada, inicia-se o prazo de 72 horas para a libertação dos cerca de 20 reféns israelitas ainda vivos na Faixa de Gaza, detalhou a fonte, prevendo-se que este processo ocorra no domingo ou na segunda-feira.
Como parte do plano, Israel terá de libertar 1950 prisioneiros palestinianos.
Cerca de 250 foram condenados a prisão perpétua e os restantes 1700 foram detidos na Faixa de Gaza, disse à agência noticiosa espanhola EFE um membro do comité político do Hamas.
O cessar-fogo visa pôr fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1200 mortos e 251 reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 67 mil mortos e cerca de 170 mil feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza (tutelado pelo Hamas), que a ONU considera credíveis.