O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou que a Turquia vai participar na força internacional a ser enviada para Gaza ao abrigo do acordo de paz assinado no Egito entre Israel e o Hamas.
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A "Força Internacional de Estabilização" (ISF, na sigla em inglês), criada no âmbito do plano de 20 pontos proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, será formada em cooperação com parceiros árabes e internacionais. "A Turquia também participará nas forças encarregadas de monitorizar a implementação das medidas acordadas no acordo", afirmou Erdogan durante uma cerimónia em Ancara.
A ISF será responsável por formar e apoiar as novas forças policiais palestinianas em Gaza e por garantir a segurança das zonas fronteiriças com Israel, com o objetivo de impedir a entrada de armas e munições no enclave.
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Erdogan destacou que "é agora de grande importância prestar ajuda humanitária abrangente e assegurar a retirada de Israel para as linhas designadas".
O chefe de Estado turco assegurou que Ancara, em conjunto com a comunidade internacional, apoiará os esforços de reconstrução "para ajudar Gaza a reerguer-se".
Nos últimos dois anos, Erdogan tem sido um dos mais duros críticos do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a quem chamou "criminoso de guerra" e "Hitler do século XXI", insistindo na criação de um Estado palestiniano com capital em Jerusalém Oriental.
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O acordo alcançado no Egito prevê um cessar-fogo e a libertação dos 48 reféns detidos em Gaza em troca de cerca de 2000 prisioneiros e detidos palestinianos.
Antes da libertação dos reféns, o exército israelita deverá proceder a uma retirada gradual até à chamada "linha amarela", estipulada pelos Estados Unidos, embora continue a controlar a maior parte do território palestiniano.
A concretizar-se, o acordo irá cessar a guerra iniciada há dois anos pelo ataque do grupo extremista Hamas em Israel, que causou cerca de 1200 mortos e 251 reféns. Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza contra o Hamas que causou já a morte de mais de 67.100 palestinianos e a destruição generalizada do enclave. Israel enfrenta acusações de genocídio em Gaza e de usar a fome como arma de guerra, que nega.