O ex-director-geral do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, foi formalmente acusado pelo tribunal pela tentativa de violação de uma empregada de hotel no quarto onde estava hospedado em Nova Iorque. O tribunal autriozou, entretanto, a sua libertação sob fiança, ficando a aguardar julgamento em prisão domiciliária.
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Os sete crimes apresentados pela Procuradoria de Nova Iorque, entre eles o de violação na forma tentada e sequestro, foram validados, ontem, por um Grande Júri, composto por dez norte-americanos, que votaram secretamente e sem a presença de um juiz.
Dominique Strauss-Kahn (DSK) foi formalmente acusado com base em "provas suficientemente sólidas", disse fonte da Procuradoria de Nova Iorque.
Contudo, o juiz Michael Obus, do Supremo Tribunal de Nova Iorque, aceitou o novo pedido da Defesa para que DSK saísse em liberdade sob uma fiança de um milhão de dólares. E concedeu liberdade em prisão domiciliária sob vigilância electrónica.
Além disso, o magistrado decidiu que Strauss-Khan deverá pagar ainda uma caução de cinco milhões de dólares para ter um guarda armado a vigiá-lo em permanência.
Terá ainda pesado nesta decisão do juiz o facto de a Defesa ter apresentado, como garantia adjunta à fiança, a casa que está em nome da sua mulher, Anne Sinclair, no valor de quatro milhões de dólares e que fica situada em Washington.
Note-se também que DSK entregou o seu passaporte às autoridades e jurou, em tribunal, renunciar a qualquer tipo de extradição.
A nova decisão vem contrariar a deliberação da juíza Melissa Jackson, que, na passada segunda-feira, decretou prisão preventiva no Tribunal Penal de Manhattan, alegando haver risco de fuga.
E, esta quinta-feira, a Procuradoria voltou a defender que DSK tem "boas razões para fugir". "Conceder a liberdade não faz qualquer sentido". Dominique Strauss-Khan só voltará ao tribunal no próximo dia 6 de Junho.
"Seria um absurdo pensar que o meu cliente pudesse fugir", disse um dos seus advogados, William Taylor. DSK passa, no entanto, mais uma noite na prisão, uma vez que só amanhã o acordo de fiança será assinado pelo juiz.
À sessão desta quinta-feira (que estava prevista para amanhã) assistiram a mulher de DSK, Anne Sinclair, e a filha Camile Strauss-Kahn. O ex-director do Fundo Monetário Internacional (ver texto em baixo) apresentou-se de fato, sem gravata. Quando viu a família, sorriu.