Uma repórter de um jornal europeu acusou Dominique Strauss-Kahn de ter tentado negociar uma entrevista em troca de sexo. O ex-ministro das finanças francês, detido sábado acusado por crimes sexuais contra uma empregada de hotel, tenta sair em liberdade condicional de uma prisão nova-iorquina.
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Dominique Strauss-Kahn terá perseguido a jornalista, que conheceu numa conferência de Imprensa. "Conseguiu o meu número de telefone e começou a ligar-me, dizendo-me: Se saíres comigo, terás a tua entrevista", contou a repórter ao diário britânico "The Times".
Strauss-Kahn quis, alegadamente, deslocar-se ao local de trabalho da jornalista. O então responsável pelo Fundo Monetário Internacional "quase suplicava", diz a repórter, identificada apenas com o nome fictício "Martina".
Em Novembro, dois anos após o primeiro encontro com Strauss-Khan, o director demissionário do FMI apresentou-se na cidade em que a jornalista trabalhava. "Disse que me concederia uma entrevista, mas teria de passar um fim-de-semana com ele em Paris ou noutro lugar", conta a repórter, citada pelo El Mundo.
"Foi incrivelmente insistente. Disse quase de forma explícita que teria de dormir com ele para o poder entrevistar", afirma a mulher.
Esta é a segunda jornalista a queixar-se de Strauss-Khan. A primeira, a francesa Tristane Banon, queixa-se de uma alegada agressão sexual perpetrada pelo director do FMI, há 10 anos.
Escritora e jornalista, Tristane Banon fez estas revelações um dia depois de ser noticiada a alegada agressão sexual de Strauss-Khan a uma camareira de um hotel em Nova Iorque.
Detido preventivamente desde sábado passado na prisão de Rikers Island, a mesma onde está Renato Seabra, o demissionário director-geral do FMI prometeu não deixar os Estados Unidos em mais uma tentativa de convencer o tribunal a conceder-lhe a liberdade sob caução, revela um requerimento apresentado ao Tribunal publicado pelo The New York Times.
Dominique Strauss-Kahn refere também estar disponível para ser colocado sob vigilância 24 horas por dia se for autorizado a sair da cadeia de Rikers Island. O director-geral do Fundo Monetário Internacional apresentou entretanto a demissão e diz, no requerimento ao tribunal, que "renuncia" também a qualquer processo de extradição e volta a insistir na liberdade sob caução.
De acordo com o advogado de Dominique Strauss-Kahn, o seu cliente está disponível para ser submetido a qualquer tipo de vigilância como a pulseira electrónica.
Dominique Strauss-Kahn está detido por a juíza Melissa Jackson ter considerado a existência de um perigo de fuga quando pendem sobre o responsável do FMI sete acusações de de violação e agressão sexual a uma empregada do hotel onde estava instalado.