A tempestade Daniel, que provocou inundações e destruição na Grécia, Turquia e Bulgária, causou 14 mortes nesta terça e quarta-feira, confirmaram as autoridades dos três países.
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O maior número de fatalidades devido às chuvas torrenciais foi na Turquia, com sete mortos. Equipas de resgate encontraram os corpos de cinco pessoas que estavam num acampamento em Kirklareli, no noroeste do país, perto da fronteira com a Bulgária. Diversos bungalows foram destruídos por uma inundação repentina. Há ainda um desaparecido.
Em Istambul, outras duas pessoas morreram após os bairros de Basaksehir e Kucukcekmece serem atingidos pela enxurrada. De acordo com a imprensa turca, uma das vítimas era um cidadão da Guiné de 32 anos, que ficou preso na cave do apartamento. A segunda morte foi de uma mulher de 57 anos, que foi resgatada após as águas a arrastarem cerca de um quilómetro, mas que não resistiu aos ferimentos.
Mais de 1750 casas e locais de comércio na cidade foram afetados pela tempestade, segundo a agência Associated Press. Uma estação de metro na maior cidade turca ficou inundada, enquanto dezenas tiveram de ser evacuados de uma biblioteca municipal. O governador da província, citado pela agência Reuters, afirmou que cerca de 125 quilos de chuva por metro quadrado caíram na região em menos de seis horas – quantidade equivalente ao esperado para todo o mês de setembro.
O segundo país com mais vítimas fatais foi a Bulgária, com quatro mortos. Na cidade de Burgas, um cadáver de um homem foi encontrado nesta quarta-feira, após outros dois corpos terem sido encontrados no dia anterior, na região costeira sul do Mar Negro. A intensa precipitação, além de provocar inundações, destruiu pontes – duas pessoas que estavam num carro que cruzava uma dessas estruturas estão desaparecidas.
Diversos turistas estão retidos na zona atingida pelas piores chuvas desde 1994 – com um volume de água normalmente visto num período de vários meses, segundo o chefe dos bombeiros. “Cerca de quatro mil pessoas foram afetadas pelo desastre ao longo de toda a parte sul da costa búlgara do Mar Negro”, disse a ministra do Turismo, Zaritsa Dinkova, em declarações citadas pela agência France-Presse (AFP), após uma reunião com hoteleiros, perto da cidade de Tsarevo. "Há um problema no transporte de turistas porque é perigoso viajar de autocarro nas estradas afetadas pelas cheias", acrescentou.
Incêndios helénicos controlados
A tempestade Daniel, que incide sobre a Grécia desde segunda-feira, provocou três mortes no país. Uma mulher foi encontrada esta quarta-feira sem vida debaixo de uma pilha de madeira, numa região próxima ao sul da montanha Pelion, relatou um bombeiro ouvido pela Reuters, que salientou que as operações de busca por três pessoas prosseguem. Na terça-feira, um homem morreu devido ao desabamento de um muro na cidade de Volos, localizada no Golfo Pagasético.
A polícia helénica proibiu viagens para a região, com o aeroporto na ilha de Skiathos a ficar fechado devido às inundações. De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional grego, Volos recebeu 200 milímetros de chuva, enquanto a aldeia vizinha de Zagora testemunhou 600 milímetros – quantidade esperada para o outono inteiro, indicou um meteorologista na estação pública ERT.
"Parece que a região montanhosa de Magnésia foi atingida por entre 600 e 800 milímetros de chuva em 24 horas - um fenómeno inédito nos dados meteorológicos do país", medidos desde 1955, indicou o meteorologista Dimitris Ziakopoulos, vice-presidente do Centro de Estudos de Gestão de Crises do Ministério da Crise Climática.
A Grécia, que vivia desde o dia 19 de agosto o pior incêndio florestal já registado na União Europeia, tem agora o fogo controlado. As chamas no parque nacional de Dadia, na região de Evros, no Norte do país, estão "sob controlo e nenhuma [frente] estava ativa", assegurou à AFP o porta-voz do Governo, Yannis Artopios. A área ardida ultrapassou os 81 mil hectares.