Milhares de pessoas manifestaram-se nas principais cidades dos Estados Unidos na sexta-feira, na terceira noite de protestos consecutivos contra a brutalidade da polícia após várias mortes de cidadãos negros.
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Os mais recentes protestos decorriam esta noite em algumas das principais artérias de Nova Iorque na noite de sexta-feira, horas depois de a justiça daquela cidade ter anunciado a convocação de um 'grand jury' (jurados) que vai decidir se o polícia branco que matou Akai Gurley, um negro de 28 anos, "por acidente" em Brooklyn, no dia 20 de novembro, deve ser levado a julgamento ou não.
Este é em um dos casos recentes que reavivou a desconfiança sentida por muitos negros norte-americanos em relação à atuação da polícia.
Em duas situações anteriores, em Ferguson (estado do Missouri) e Nova Iorque, os 'grand jury' decidiram não enviar os polícias para tribunal.
Depois de uma cerimónia de homenagem ao jovem Akai Gurley, na tarde de sexta-feira, centenas de pessoas voltaram a manifestar-se nas ruas de Nova Iorque sob chuva.
Na noite anterior, mais de 200 pessoas foram detidas em Nova Iorque, a maior parte por distúrbios à ordem pública depois de terem cortado o trânsito, segundo a AFP.
Protestos similares foram registados na sexta-feira um pouco por todo o país, incluindo em Miami, Chicago, Boston, Nova Orleães e Washington DC.
Esta foi a primeira vez que manifestantes saíram à rua em Miami para pedir justiça, com os populares a bloquearem o trânsito. Já em Washington DC, capital dos Estados Unidos, cidadãos deitaram-se na estrada simulando as suas mortes.
O comissário de Nova Iorque, Bill Bratton, disse a 21 de novembro que era um inocente que tinha sido morto por um "disparo acidental", num caso que classificou como "lamentável tragédia".
A organização do ativista dos direitos cívicos Al Sharpton agendou para a manhã de hoje uma nova concentração prevista para Harlem, Nova Iorque.
Apesar dos protestos, o 'mayor' de Nova Iorque, Bill de Blasio, disse que as queixas gerais contra a má conduta da polícia diminuíram 26% entre julho e novembro e que as alegações de força excessiva baixaram 29%.