O bilionário dinamarquês Anders Holch Povlsen perdeu três dos quatro filhos nos atentados que abalaram o Sri Lanka e causaram a morte a pelo menos 290 pessoas, incluindo um português.
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Um porta-voz de Anders Holch Povlsen, de 46 anos, confirmou a morte de três filhos do bilionário dinamarquês, no atentado terrorista de domingo de Páscoa, no Sri Lanka. Povlsen é dono da marca de roupa "Bestseller" e maior acionista da loja britânica online de roupas e artigos de beleza Asos.
"Infelizmente, temos de confirmar" a morte de três dos filhos de Povlsen. "Pedimos que respeitem a privacidade e, assim, não haverá mais comentários", disse o chefe de comunicações da Bestseller, Jesper Stubkier, em declarações ao jornal dinamarquês Berlingske.
Segundo aquele diário dinamarquês, não é claro em qual das oito das explosões morreram as crianças. De acordo com o tabloide britânico "The Mirror", Povlsen tem quatro filhos, um rapaz, Alfred, e três raparigas, Astrid, Agnes e Alma. Esta última havia publicado uma foto no Instagram, dois dias antes do atentado, com a legenda "os meus três ursinhos", referindo-se aos irmãos.
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Anders Povlsen, com uma fortuna avaliada em cerca de cinco mil milhões de euros, é o segundo maior proprietário individual de terrenos no Reino Unido e o primeiro na Escócia, onde investiu cerca de 120 milhões de euros em 12 propriedades.
Ao todo, no Reino Unido, Povlsen tem cerca de 81 mil hectares de terrenos, o equivalente a 800 quilómetros quadrados de terreno, oito vezes mais a área de Lisboa (100 km2) e 20 vezes mais a do Porto (40 km2).
Anders Holch Povlsen, de 46 anos, herdou o grupo Bestseller, criado em 1975 pelos seus pais, Merete e Troels Holch Povlsen. O grupo, que diz ter quase três mil pontos de venda em 70 países, tem marcas como Vero Moda, Only e Jack & Jones.
Povlsen herdou a fortuna dos pais, aos 28 anos, e tem conseguido fazer crescer o império. Apaixonou-se pela Escócia durante uma visita com a família, em 1986, e nos últimos 13 anos começou a adquirir propriedades naquele país.
Tem investido no regresso de muitas das propriedades que comprou ao estado selvagem e já havia dito que queria passar os terrenos, e a filosofia de devolver à natureza o que o homem dominou durante anos, aos filhos, três dos quais morreram no atentado no Sri Lanka.
Dinamarca confirma morte de três conterrâneos no Sri Lanka
Segundo o ministério dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca, três dinamarqueses morreram nos atentados, que terão causado a morte de pelo menos 290 pessoas, incluindo um português, de Viseu. Há mais de 500 feridos.
O número de pessoas detidas relacionadas com os ataques, que não foram ainda reivindicados, aumentou de 13 para 24, disse à agência de notícias France-Presse o porta-voz da polícia Ruwan Gunasekera.
As primeiras seis explosões ocorreram "quase em simultâneo", pelas 8.45 horas (3.15 em Portugal continental), de acordo com fontes policiais citadas por agências internacionais.
A capital, Colombo, foi alvo de, pelo menos, quatro explosões, em três hotéis de luxo e uma igreja. Duas outras igrejas foram também alvo de explosões, uma em Negombo, a norte da capital e onde há uma forte presença católica, e outra em Batticaloa, no leste do país.
Os hotéis de luxo onde se registaram as explosões são o Kingsbury (onde morreu Rui Lucas), o Shangri-La e o Cinnamon Grand Colombo, todos na capital.
Surgiu mais tarde a indicação de mais uma explosão num hotel perto do jardim zoológico em Dehiwala, nos arredores da capital, que causou dois mortos, e outra num complexo de vivendas no distrito de Dematagoda. A polícia indicou que esta oitava explosão foi um atentado suicida e que vitimou três agentes, segundo a agência AFP.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Ministério dos Negócios Estrangeiros já lamentaram os ataques e manifestaram pesar pela morte do cidadão português.