Donald Trump afirmou, este domingo, no arranque da primeira visita oficial à Ásia, que a Coreia do Norte constitui "um grande problema" que tem de "ser resolvido.
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O presidente norte-americano afirmou que "nenhum regime nem nenhum ditador deveriam subestimar a determinação dos Estados Unidos", numa referência velada à Coreia do Norte. Donald Trump falava na base aérea de Yokota, a 40 quilómetros de Tóquio, diante das tropas norte-americanas destacadas no Japão, a primeira etapa da sua visita de mais de dez dias à Ásia que inclui ainda Coreia do Sul, China, Vietname e Filipinas.
Apesar de não ter mencionado diretamente a Coreia do Norte, advertiu que "nenhum país pode impor-se às capacidades militares norte-americanas", e assinalou que as tropas dos Estados Unidos "não irão vacilar nem um instante diante de qualquer ameaça".
Durante a viagem a bordo do Air Force One, Trump afirmou, citado pela Casa Branca, que a ameaça da Coreia do Norte será um dos "principais temas" da sua visita à Ásia, uma vez tratando-se de "um dos maiores problemas para os Estados Unidos e para o mundo" que tem de "ser resolvido".
"Os últimos 25 anos foram de fraqueza total, pelo que agora apostamos num enfoque muito diferente", afirmou Trump sobre o endurecimento da sua retórica relativamente ao regime liderado por Kim Jong-un.
O presidente norte-americano indicou ainda que "muito em breve" irá tomar uma decisão sobre a possibilidade de voltar a incluir a Coreia do Norte na lista dos países "patrocinadores do terrorismo", da qual o regime de Pyongyang saiu em 2008, durante a presidência do republicano George W. Bush.
O fim da designação de Pyongyang como Estado patrocinador do terrorismo resultou de negociações entre a Rússia, os Estados Unidos, o Japão, a China e as duas Coreias, para pôr um fim ao programa atómico militar daquele país.
Durante a sua intervenção diante das tropas norte-americanos em Yokota, Trump também enfatizou a importância da aliança entre Washington e Tóquio, elogiando os "enormes sacrifícios" dos militares destacados na Ásia que "têm contribuído para a paz e a estabilidade" da região.
"Não me ocorre um lugar melhor do que esta base para iniciar a minha visita à Ásia", realçou, ao assinalar que Yokota "é uma das melhores bases operacionais do mundo", a partir donde foram lançadas operações "cruciais" durante a Guerra da Coreia (1950-53) ou a missão de ajuda após o terramoto e tsunami que devastou o Japão em março de 2011.
O Japão é um "aliado e parceiro fundamental, além de um belo país com gente maravilhosa", disse Trump, manifestando "profundo respeito e grande admiração pela sua cultura e pela sua honrosa história", diante de milhares de soldados norte-americanos e japoneses em Yokota.
Trump dirigiu-se às tropas norte-americanas poucos minutos depois de chegar ao Japão, tendo trocado o fato por vestuário militar com as insígnias de "comandante em chefe" das Forças Aéreas do Pacífico (PACAF) dos Estados Unidos antes de proferir o discurso.
De Yokota, o presidente dos Estados Unidos embarcou num helicóptero com destino ao clube de golfe Kasumigaseki Country Club de Saitama, a norte de Tóquio, onde foi recebido pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
Após o almoço informal, os dois dirigentes, que já testaram a "diplomacia do golfe" em fevereiro, na Florida, vão disputar uma partida na companhia do golfista profissional japonês Hideki Matsuyama, atual número quatro no "ranking" mundial, segundo a agenda oficial citada pelas agências internacionais.
Este jogo de golfe tem um sabor particular para Shinzo Abe, dado que há 60 anos o seu avô, Nobusuke Kishi, então primeiro-ministro do Japão, partilhou as alegrias do golfe com um outro presidente norte-americano, Dwight Eisenhower.
Já à noite, os dois líderes, acompanhados pelas suas respetivas mulheres, vão jantar num prestigiado restaurante em Tóquio.
Na segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos vai reunir-se com o primeiro-ministro japonês, bem como os imperadores Akihito e Michiko, entre outras atividades.
A visita de Trump à Ásia, que inclui cinco países, estende-se por mais de dez dias, figurando como a mais longa realizada por um Presidente dos Estados Unidos à região em mais de um quarto de século.
Analistas têm advertido que a presença do Presidente dos Estados Unidos na Ásia pode desencadear uma ação provocadora por parte da Coreia do Norte, como a realização de um teste de míssil.
Questionado sobre essa possibilidade, Donald Trump respondeu: "Vamos descobrir em breve".