Após conversa por telefone de mais de duas horas com o líder do Kremlin, Vladimir Putin, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citou o Vaticano como local de negociações entre Kiev e Moscovo.
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Depois das primeiras negociações diretas entre Rússia e Ucrânia na Turquia, na última semana, Donald Trump quis resolver o impasse nas conversações e voltou esta segunda-feira a entrar em contacto com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin. O segundo telefonema do presidente dos Estados Unidos resultou numa promessa de um memorando por Moscovo, que poderá evoluir para um acordo de paz com Kiev. O Vaticano deverá participar nas negociações.
Antes de telefonar ao Kremlin, o presidente dos EUA teve um diálogo com Zelensky “por alguns minutos”, segundo uma fonte familiarizada com a questão, ouvida pela agência Reuters. A Ucrânia apoia a proposta norte-americana de um cessar-fogo incondicional de 30 dias.
Trump considerou que a conversa com Putin, que durou mais de duas horas, “correu muito bem”. “A Rússia e a Ucrânia iniciarão imediatamente negociações para um cessar-fogo e, mais importante, um FIM para a guerra”, escreveu na rede Truth Social. O líder da Casa Branca informou sobre o conteúdo do diálogo a Zelensky, mas também aos presidentes da Comissão Europeia, de França, da Finlândia, à primeira-ministra da Itália e ao chanceler da Alemanha. “O Vaticano, representado pelo Papa, declarou que estaria muito interessado em acolher as negociações. Que o processo se inicie!”, acrescentou.
Mais comércio com russo e ucranianos
Mencionando a “tremenda oportunidade” para a criação de empregos e riqueza, o chefe de Estado norte-americano disse ainda que Moscovo quer aumentar o comércio com os EUA “quando este ‘banho de sangue’ catastrófico terminar”. “Da mesma forma, a Ucrânia pode ser um grande beneficiário no comércio, no processo de reconstrução do seu país”, argumentou Trump.
Putin anunciou que “a Rússia irá propor e estará pronta para trabalhar com a parte ucraniana num memorando sobre um possível futuro acordo de paz que defina uma série de posições”. Tal documento poderá sublinhar “os princípios de resolução, o calendário de um possível acordo de paz e assim por diante – incluindo um possível cessar-fogo durante um determinado período de tempo, se forem alcançados acordos adequados”, frisou.
Para o líder do Kremlin, a conversa foi “muito informativa”, “aberta” e “útil”. “O contacto entre os participantes na reunião e nas negociações em Istambul (...) dá-nos a base para pensar que, no geral, estamos no caminho certo”, pontuou Putin, apelando ainda aos dois lados do conflito a demonstrar um “máximo” esforço para encontrar “compromissos que seriam adequados a todas as partes”.