O Governo da Turquia anunciou esta segunda-feira que vai prolongar pelo sexto trimestre consecutivo o estado de emergência, em vigor desde o fracassado golpe de Estado militar de julho de 2016.
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"O estado de emergência vai ser uma vez mais prorrogado", informou à agência Anadolu o vice-primeiro-ministro e porta-voz do Governo turco, Bekir Bozdag, após uma reunião ministerial que decorreu no complexo presidencial de Ancara.
O atual período do estado de emergência expira em 18 de janeiro, e o próximo vai prolongar-se até meados de abril.
"Provavelmente, estará na agenda da próxima reunião do Conselho de segurança nacional (que integra os membros do executivo e das Forças Armadas) e, de seguida, o conselho de ministros prorrogará o estado de emergência. Entrará em vigor após aprovação pelo parlamento", especificou.
Apesar de os principais partidos da oposição, CHP (social-democrata) e HPD (esquerda e pró-curdo) se oporem à extensão desta medida, a maioria simples do partido islamita AKP (no poder desde 2002) é suficiente para prolongar o estado de exceção.
O Governo justifica a medida pela necessidade de combater diversas "organizações terroristas", em particular a confraria do clérigo Fethullah Gülen, exilado nos Estados Unidos e que Ancara acusa de ter fomentado a rebelião militar de 2016, mas que continua a rejeitar qualquer envolvimento.
Na sequência do estado de emergência, mais de 130 mil funcionários públicos foram expulsos dos locais de trabalho por suspeitas de envolvimento ou de simpatias com a confraria, uma decisão administrativa que não pode ser contestada perante a justiça.