O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, acusou, esta sexta-feira, as tropas russas de violar mulheres e apoiou um pedido para a criação de um tribunal especial para punir a agressão de Moscovo.
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"Infelizmente, temos vários casos de soldados russos a violar mulheres nas cidades ucranianas", disse Kuleba, num briefing em Londres, não dando mais detalhes.
Kuleba apoiou um apelo do ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown e uma série de especialistas em direito internacional para um tribunal especial. O direito internacional "é a única ferramenta da civilização que está disponível para garantir que no final, eventualmente, todos aqueles que tornaram esta guerra possível sejam levados à justiça", afirmou. "Estamos a lutar contra o inimigo que é muito mais forte do que nós. Mas a lei internacional está do nosso lado, e espero que dê a sua própria contribuição para nos ajudar a prevalecer"
Dignitários como Brown, ex-juízes e especialistas em direito pediram, na quarta-feira, a criação de um tribunal especial, enquanto o Tribunal Penal Internacional (TPI) estuda se vai processar alegados crimes de guerra na Ucrânia. A "decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de lançar ataques à Ucrânia representa um grave desafio à ordem internacional pós-1945", disseram, comunicado.
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"Ele procurou substituir o estado de direito e os princípios de autodeterminação de todos os povos pelo uso da força. O mundo inteiro precisa de ser consciencializado sobre o ato de agressão que instigou e as atrocidades que ordenou. Não deixaremos pedra sobre pedra para pôr fim aos terríveis eventos que estamos a ver agora, garantindo assim que aqueles que desencadearam tais horrores estejam sujeitos à responsabilidade pessoal sob a lei criminal, para que a justiça possa ser feita".
Na sexta-feira passada, o Conselho de Direitos Humanos da ONU votou por maioria esmagadora para criar uma investigação de alto nível sobre as violações cometidas após a invasão da Rússia. Trinta e dois membros do conselho de 47 assentos votaram para estabelecer a investigação de mais alto nível possível sobre supostas violações de direitos, numa tentativa de responsabilizar os autores.