A União Europeia anunciou, este domingo, que irá rever de forma urgente as suas relações com o Egito e que tomará medidas para impulsionar o processo democrático e acabar com a violência no país, que considera injustificada.
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"A violência e os assassinatos dos últimos dias não podem justificar-se nem tolerar-se. Os direitos humanos devem respeitar-se. Os prisioneiros políticos devem ser libertados", consideram, num comunicado conjunto, os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, Durão Barroso.
Apelando ao fim da violência e ao retorno ao processo democrático, Herman Van Rompuy e Durão Barroso referem que "para este efeito, em conjunto com os Estados-Membros, a União Europeia vai rever urgentemente nos próximos dias as suas relações com o Egito e adotar medidas que visem a prossecução destes objetivos".
Segundo a agência Efe, na segunda-feira realizar-se-á uma reunião em Bruxelas para analisar a situação e estudar a eventual convocatória de um encontro extraordinário dos ministros europeus dos Negócios Estrangeiros.
"As solicitações de democracia e de liberdades fundamentais da população egípcia não podem ser ignoradas e muito menos manchadas de sangue", assinalam Van Rompuy e Durão Barroso.
Os dirigentes europeus pedem a "máxima contenção" a todas as partes, mas atribuem "particular responsabilidade" pela situação que se vive naquele país ao Governo interino e ao Exército.
"Lamentamos profundamente que os esforços e propostas internacionais para estabelecer um processo político inclusivo, para os quais a União Europeia contribuiu ativamente, tenham sido postos de lado e se tenha optado pelo caminho dos confrontos", acrescentam os responsáveis, no mesmo comunicado, citado pela Efe.
Os dirigentes europeus consideram que "não há alternativa ao diálogo" e que "todas as forças políticas egípcias devem voltar a comprometer-se com o futuro democrático do país e participar num processo político que leva à realização de eleições e à reposição de um governo civil".
Van Rompuy e Barroso recordam que esse era o compromisso do executivo interino quando assumiu o poder e apelam ao exército para que "respeite e apoie esse processo político".
Desde o derrube do presidente Mohamed Mursi, a 3 de julho, Bruxelas tem tentado ser um mediador entre os diferentes grupos políticos com o objetivo de evitar confrontos, tal como aconteceu aquando da queda de Hosni Mubarak em 2011.