Se o importante são as imagens, a Venezuela terá vivido este domingo um empate.
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Enquanto a Oposição promovia uma consulta popular para recusar a convocação de uma Assembleia Constituinte para rever a Constituição, o Governo de Nicolás Maduro organizava um ensaio das eleições dessa Constituinte, marcadas para 30 de julho. As filas foram comuns, como foi comum a validade das iniciativas.
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O plebiscito foi aprovado pela Assembleia Nacional, onde a Oposição (reunida na Mesa da Unidade Democrática), tem maioria, mas que o Supremo Tribunal de Justiça declarou estar em desacato por ter empossado eleitos com processos na justiça (entretanto substituídos). Portanto, diz o Governo, é uma consulta ilegal, até porque, além disso, é organizada pela Oposição e não pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE, que a Oposição diz ser uma extensão do poder de Maduro).
Já o ensaio eleitoral, cujas urnas tinham o selo do CNE e a palavra "poder", vale isso mesmo: é um ensaio. Ou "uma grande festa popular e revolucionária que contrasta com a violência, o ódio, a criminalidade e o terrorismo de alguns setores da Oposição", diria à VTV o vice-presidente do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV, no poder), Diosdado Cabello.
O teste terá uma mensagem, assim como deverão ter as imagens das filas para votar no plebiscito, cuja transparência é garantida por reitores universitários e cinco ex-presidentes da América Latina (o que também vale o que vale, sem cadernos eleitorais e a possibilidade de votar várias vezes).
Germán Ferrer é do mesmo PSUV. E também é marido da procuradora-geral que se ergueu contra a Constituinte, por entender que desrespeita a Constituição herdada do falecido presidente Hugo Chávez. Este domingo, Ferrer apelou ao voto contra essa Constituinte na primeira pergunta do plebiscito da Oposição, por estar "absolutamente de acordo". Quanto às restantes (rejeitar o Governo de Maduro e pedir às Forças Armadas a defesa da Assembleia Nacional), disse à Unión Radio manter "algumas diferenças".