Campanha pelo “voto útil” nos populares terá beneficiado socialistas, argumentou esta segunda-feira o secretário-geral do partido de extrema-direita. Novo Executivo de Sánchez dependerá de alianças com Sumar e partidos nacionalistas e independentistas, alvo de críticas do Vox.
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Sem apresentar uma autocrítica após perder 19 assentos no Congresso dos Deputados, o Vox – que agora tem 33 representantes – responsabilizou o Partido Popular (PP) pelos resultados de domingo. Ambos os partidos de Direita não conseguem formar um Governo com maioria, já que os populares conquistaram 136 cadeiras, ou seja, uma aliança não chegaria aos 176 lugares necessários.
"O PP cumpriu o seu objetivo, que era ganhar as eleições sem ter que contar com o Vox. A campanha pelo voto útil resultou no voto mais inútil, que serviu para truncar a alternativa e a mudança de rumo que os espanhóis merecem", afirmou esta segunda-feira o secretário-geral do Vox, Ignacio Garriga, citado pela agência EFE.
O dirigente do partido de Santiago Abascal ecoou as palavras do presidente do Vox e acusou o partido de Alberto Núñez Feijóo de promover um "branqueamento" do PSOE, de Pedro Sánchez. Garriga lamentou ainda "a permanente demonização e manipulação" que sofreu a mensagem do Vox, além da data escolhida pelo primeiro-ministro socialista para o escrutínio, que acredita que causou "uma massiva desmobilização".
Santiago Abascal afirmou que os resultados são “muito más notícias para muitos espanhóis”. Sánchez “pode bloquear uma investidura e, pior, pode até ser investido com o apoio do comunismo, do separatismo golpista e do terrorismo”, acrescentou.
"Não entenderam nada do resultado eleitoral, continuam a fazer os adversários errados", criticou o secretário-geral. "Que vão fazer a partir de agora? Vão continuar a olhar pelo retrovisor o que o Vox faz?, questionou.
Bandeiras permanecem
Garriga prometeu que o partido de extrema-direita continuará com "as mesmas bandeiras", mencionando o patriotismo. O dirigente disse ser “impossível” que o Vox faça um pacto com o PP que inclua o Partido Nacionalista Basco, de Centro, pois os estatutos do partido proíbem tal acordo "com os inimigos de Espanha".
O secretário-geral afirmou ainda que Sánchez seria “capaz” de permitir novos referendos de independência. "Hoje, mais uma vez, a governabilidade da nação está nas mãos do separatismo", completou.