A justiça francesa recusou, esta quinta-feira, extraditar para a Sérvia o antigo rebelde kosovar Ramush Haradinaj, que Belgrado acusa de crimes de guerra cometidos em junho de 1999.
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O controlo judiciário de Haradinaj foi levantado, afirmou, em comunicado, o procurador-geral junto do Tribunal de Recurso de Colmar, este de França.O Ministério Público dispõe agora de cinco dias para recorrer da decisão.
Ramush Haradinaj, de 48 anos, foi detido a 04 de janeiro pela polícia francesa à sua chegada a França, no aeroporto franco-suíço de Bâle-Mulhouse.
O Ministério Público de Colmar pediu a 06 de abril a extradição deste antigo alto responsável do Exército de Libertação do Kosovo (UCK) acusado pela Sérvia de ter participado, em junho de 1999, em assassínios e violações de civis sérvios no Kosovo.
O kosovar foi absolvido em 2008 e em 2012 pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia por crimes de guerra cometidos em 1998. Os crimes pelos quais é agora acusado e que motivaram o pedido de extradição são diferentes, segundo Belgrado.
Deputado e opositor do Presidente Hashim Thaçi, Haradinaj é muito popular junto dos kosovares, que o consideram um herói da guerra da independência 1998-1999 contra as forças de Belgrado.
Em declarações à France-Presse em abril, Haradinaj disse que estava a ser vítima de "perseguição política".
A guerra no Kosovo, que provocou 13.000 mortos, conduziu à independência desta região onde vivem maioritariamente albaneses, mas que a Sérvia considera como o seu berço histórico.
O Kosovo declarou a sua independência em 2008, que Belgrado não reconhece.