O relatório do Instituto Nacional de Estatística, INE, conclui que 134 mil pessoas emigraram durante o ano de 2014, embora nem todos com intenção de permanecerem nesses países. Comparando com 2013, mais 6500 pessoas foram procurar outras oportunidades fora de portas.
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"Estima-se que em 2014 tenham saído de Portugal, para residir no estrangeiro por um período igual ou superior a um ano (conceito de emigrante permanente), um total de 49572 pessoas", revela o balanço demográfico.
Valor superior é dos emigrantes temporários. Calcula-se que 85052 pessoas deixaram o país por um período curto de tempo, sempre inferior a um ano.
O novo emigrante português opta, portanto, sobretudo pela emigração de mobilidade, baseada na hipótese de deslocação entre países; é do sexo masculino - a diferença entre género é significativa - e tem entre 20 e 30 anos, sendo que os que optam pela permanência são mais novos dos que preferem apostar em múltiplas experiências.
Considerando apenas os emigrantes permanentes, o saldo migratório mantém-se negativo, na ordem dos 30056 pessoas.O INE regista 19516 imigrantes permanentes.
De acordo com o organismo, verificou-se em 2014 uma diminuição da população residente, mantendo-se a tendência dos últimos cinco anos, ainda que esta quebra se note ligeira. A população portuguesa total tem menos 52479 pessoas do que em 2013, menos 0,5% do que no ano anterior.
Esta última actualização demográfica indica que existem 10374822 portugueses. O abrandamento do decréscimo populacional em 2014 resultou da diminuição do saldo natural (mortes e nascimentos) e do saldo migratório (entradas e saídas de migrantes).
Apesar de o número de óbitos de residentes em Portugal ter caído (menos1,6% do que no ano anterior) e da queda do número de nascimentos ter sido menos acentuada, explica o relatório, o saldo natural ainda é negativo, numa tendência inaugurada em 2009.
Os números agora divulgados pelo INE são diferentes dos anunciados pelo Observatório da Emigração porque são calculados de forma diferente. Enquanto o INE trabalha a partir de inquéritos e estimativas, o Observatório vai compilando dados ao longo do tempo consoante essa informação lhe vai chegando sobretudo dos registos de segurança social dos países de destino. Por isso, os seus números vão sendo atualizados. E os últimos apontam uma emigração na ordem das 110 mil pessoas, valor similar, aliás, ao de 2013.
Recorde-se que o facto de Portugal pertencer ao espaço Schengen e de nem sempre haver registos de nova residência também dificultam os cálculos de um retrato fiel desta realidade.