Nos últimos três anos, mais de 15 mil estrangeiros submeteram-se a exame de Língua Portuguesa para obter nacionalidade.
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Em 2019, foram principalmente ucranianos, romenos, moldavos, britânicos e russos. Este ano, já 178 fizeram provas para se naturalizarem portugueses. A pandemia empurrou o calendário de exames para o segundo semestre e ainda há cerca de mil pessoas à espera.
No ano passado, mais de 180 mil estrangeiros pediram a nacionalidade portuguesa e pouco mais de 121 mil tiveram decisão favorável. Segundo a Lei da Nacionalidade, os candidatos têm de provar que conhecem "suficientemente a língua portuguesa". E só aqueles que já dominam o português é que arriscam sujeitar-se a um exame que pode custar até 142 euros.
Há outra alternativa: fazer um curso de Português para Falantes de Outras Línguas, do IEFP, para obter um certificado que ateste, pelo menos, o nível A2.
Segundo Nélia Alexandre, diretora do Centro de Avaliação e Certificação Portuguesa Língua Estrangeira (CAPLE), uma das duas entidades no país que promove as provas, "nos últimos três anos, 5783 pessoas declararam fazer exame para obtenção de nacionalidade portuguesa". "No entanto, certificámos mais de 15000 pessoas com nível A2 ou superior", explica. A professora no Centro de Linguística da Universidade de Lisboa diz que há dezenas de nacionalidades entre os candidatos. Mas no top 5, por ordem decrescente, estão ucranianos, romenos, moldavos, britânicos e russos.
Em 2020, a pandemia só permitiu realizar a época nacional de janeiro, dedicada só ao nível A2. "Tivemos 178 candidatos, 165 dos quais declararam fazer o exame para fins de obtenção de nacionalidade, o que não quer dizer que os que não declararam este motivo não o tivessem também".
IAVE com quebras
A época de março foi cancelada e a de maio adiada para setembro. Em junho foram retomadas provas. "Temos 1722 candidatos inscritos, 832 dos quais dizem fazer o exame para obtenção da nacionalidade. Mas as épocas ainda estão abertas, prevemos ter muitos mais inscritos".
Já no Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), a Prova de Conhecimento da Língua Portuguesa para Aquisição da Nacionalidade é anual e não deverá acontecer antes do último trimestre de 2020. Para já, há 27 pedidos de inscrição. Em 2017, o IAVE recebeu 80 candidatos. O número baixou para 54 em 2018 e, no ano passado, 74 estrangeiros fizeram a prova. A prova destina-se a estrangeiros com mais de 18 anos e custa 65 euros.
Quem pode pedir?
Para pedir nacionalidade é preciso apresentar um certificado de qualificações em língua portuguesa que ateste a conclusão do nível A2 ou superior (B1, B2, C1, C2).
Nacionalidades
Nos últimos três anos, destacam-se sete nacionalidades entre os candidatos à prova do IAVE: Roménia, Ucrânia, Moldávia, Reino Unido, Rússia, Bulgária e Cuba.