Para cada estudante terá de ser criado pelas escolas um plano de saúde individual.
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As escolas públicas vão ter de garantir refeições em horários compatíveis com as necessidades dos alunos com Diabetes tipo 1. E, se necessário, ajustarem as condições em que são realizados exames e aferições por esses estudantes. As medidas constam de um despacho, publicado na quarta-feira, e já entraram em vigor.
O presidente da associação nacional de diretores (ANDAEP), Filinto Lima, garante que "os ajustes nos horários das cantinas e dos bares" já são feitos pelas escolas.
O diploma prevê ainda que após a sinalização, deve ser desenvolvido um Plano de Saúde Individual para cada estudante, com base no seu plano terapêutico. Em 2015 (último ano com dados), estavam sinalizados 3327 crianças e jovens, entre os 0 e os 19 anos. A prevalência ronda os 300 novos casos por ano, assegura o presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP). Para José Boavida, "a preocupação deste despacho devia ser o de integrar os cuidados e agilizar os contactos entre os profissionais, em vez de compartimentar ainda mais a resposta".
A formação que irá ser prestada nas escolas devia ser dada por elementos das equipas que acompanham cada aluno e não por especialistas apontados pela Direção-Geral de Saúde, defende. "Não é uma formação académica, devia ser pragmática", para, por exemplo, a escola saber o contacto do centro no caso da bomba de insulina parar ou saber se tem de ajustar a dose no caso de o aluno estar com febre.
REGULAMENTO
Vão ser aprovadas normas para apoiar alérgicos
Foi criado um grupo de trabalho, que até 31 de dezembro, terá de apresentar um regulamento com normas de apoio e inclusão de alunos com alergias alimentares. A bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, elogia o despacho mas assegura que a sua operacionalização exige a contratação de nutricionistas. A Ordem propôs, há quase dois anos, o recrutamento de 30 mas nunca teve resposta formal.