O INEM confirmou, esta quinta-feira, que ocorreu um furto de material na Quinta do Lumiar. "O incidente está sob investigação", refere o instituto. O furto de ampolas de morfina foi detetado após um inventário de rotina às viaturas da base. Sindicato diz que, tratando-se de um opióide, o caso pode configurar "crime".
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A informação foi avançada pela SIC Notícias e confirmada pelo JN junto do INEM. Cerca de dez ampolas de morfina desapareceram nos últimos dias da base logística da Quinta do Lumiar. De acordo com a estação, a morfina estava armazenada na Viatura de Intervenção em Catástrofe (VIC) sedeada naquelas instalações e cada ampola continha 10 miligramas de morfina, não tendo sido levado todo o stock.
O furto terá sido detetado e reportado à direção do INEM ainda antes de terem sido conhecidas as conclusões de uma auditoria interna ao instituto que identificou várias falhas no armazenamento de medicamentos e concluiu que o instituto não garante que todos os consumíveis estão dentro da validade, o que pode pôr em perigo a segurança dos doentes.
Segurança da base já foi questionada no passado
"Mais uma vez e tal como tínhamos denunciado, a segurança do circuito do medicamento não está assegurada pelo INEM", reagiu, ao JN, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), considerando que tais episódios são "o culminar de sete anos de uma liderança desastrosa". Segundo Rui Lázaro, foi também nesta base da Quinta do Lumiar que, no ano passado, deflagrou um incêndio que atingiu as viaturas particulares dos trabalhadores do INEM que ali estavam estacionadas.
"A segurança desta base já foi questionada no passado", recorda o dirigente.
Relativamente ao furto das ampolas de morfina da ambulância do INEM, Rui Lázaro entende que, tratando-se de um fármaco opióide, sujeito a legislação apertada de manuseamento, armazenamento e transporte, pode estar em causa um crime por inobservância dessas regras.
A Associação Nacional e Técnicos de Emergência Médica (Antem) considerou que "este é mais um episódio de manifesta gravidade que vem pôr a nu o mau funcionamento do INEM, que se entende como o limiar da falta de competência, gestão e coordenação".
Em comunicado, a associação refere que "após sucessivas trapalhadas, não se entende como pode estar em funções o Conselho de Direção liderado por Luís Meira, e na pior das hipóteses este vir a ser reconduzido nas funções".