Fundou o S.TO.P em 2018 e é, hoje, o rosto da contestação que ameaça prolongar a greve por tempo indeterminado. André Pestana diz em cada discurso que faz um sindicalismo "diferente", alvo de "campanhas caluniosas" que até já questionaram a veracidade do seu diploma e carreira: "Eu sou mesmo professor. É mesmo verdade", já frisou ao JN.
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No final do discurso, sublinhava aos professores, funcionários e técnicos que este sábado encheram o Terreiro do Paço ser preciso continuarem "unidos" porque as divisões já derrotaram noutras ocasiões enfermeiros ou estivadores. Das medidas na Educação que reivindicam, às políticas financeiras e ao estado da Saúde, Pestana lançou então um piscar de olho a mais setores para aderirem à greve por tempo indeterminado, "a exemplo dos funcionários judiciais".
O líder do S.TO.P quer que as reuniões negociais da próxima semana possam ser transmitidas publicamente, à semelhança das audiências no Parlamento. Por uma questão de transparência, defende. Tom e recados foram tornando-se mais acutilantes à medida que a manifestação desfilava. Contra o Governo, as "negociatas" que "dão milhões a bancos e tostões às escolas", contra os restantes sindicatos e até contra a Confederação Nacional de Pais - que esta semana pediu ao Governo serviços mínimos nas escolas. "O S.TO.P não se satisfaz com uma escola de depósito para os seus filhos como faz a Confap", vincou André Pestana.
É filho de professores, dá aulas de Biologia mas a partir de setembro está dedicado a tempo integral ao sindicalismo. Tem 45 anos e ainda é contratado. Chegou a integrar o Sindicato de Professores da Grande Lisboa, afeto à Fenprof, mas desvinculou-se em 2017, desiludido com a fraca renovação da estrutura.
Aumentos salariais
Os docentes exigem aumentos salariais que compensem as repercussões da inflação. Defendem o fim da precariedade dos contratados, colocados a centenas de quilómetros de casa e sem ajudas de custo.
Acesso a dois escalões
Querem o fim das vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões, o que tem impedido a progressão na carreira.
Contagem do tempo
Os professores querem que a contagem do tempo de serviço passe a incluir os seis anos, seis meses e 23 dias ainda congelados.