Aparelhos auditivos à margem da lei. "Puseram-me tão maluquinha que se eu tivesse o dinheiro na altura, dava-o"
Idosos adquiriram aparelhos de milhares de euros e mais tarde arrependeram-se. Nem todos conseguiram rescindir.
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Fernanda C., 74 anos, de Chaves, está longe de sentir que as suas dificuldades de audição ficaram resolvidas com a colocação de aparelhos, pese embora os cerca de 4 mil euros que a família está a pagar por eles, a crédito. Mas deixaram passar o prazo para rescindir o contrato e as tentativas de familiares e de profissionais da defesa do consumidor para reverter a situação não resultaram. “Tivemos demasiada confiança e o resultado foi esse”, lamenta o marido, Nélson, 75 anos.
Fernanda já tinha problemas de audição, o que levou o casal a procurar um estabelecimento que vende aparelhos para esse efeito, em 2018. “Não estavam a satisfazer as necessidades”, admite o idoso, mas Fernanda “foi aguentando”, até porque não andava sempre com eles. “Só os metia quando ia para o centro cívico ou universidade sénior”, diz.