Um apelo ao voto nas eleições europeias de 2024, pelos membros dos governos português, de França e da Alemanha, responsáveis pelos Assuntos Europeus, marcou, esta quinta-feira de manhã, o segundo dia do Summer CEmp de Ponte da Barca, organizado pela Representação da Comissão Europeia em Portugal.
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Numa sessão dedicada ao debate sobre o futuro da Europa, com o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, e as homólogas alemãs, Anna Luhrmann e francesa Laurence Boone, os 40 jovens universitários participantes naquela escola de verão foram instados a votar para "decidir" a sua vida futura.
"O que for decidido na Europa, afeta no nosso dia a dia. Afeta a vida das pessoas aqui no Minho. É por isso que as pessoas devem votar", afirmou o governante português, Tiago Antunes, reforçando a necessidade dos cidadãos exercerem o direito de novo nas eleições europeias de 9 de junho de 2024, também porque "é sabido que há um crescimento de forças populistas e nacionalistas em vários pontos da Europa, que são forças, no essencial, anti-europeias".
"E, portanto, se nós gostamos do projeto europeu e queremos que este se continue a desenvolver para benefício de todos nós, é importante votar e votar em forças políticas que o promovam, na transição climática, na transição digital e em todos os desafios que agora temos resultantes da invasão da Ucrânia", sublinhou, acrescentando que o percurso da deve continuar "numa lógica de solidariedade europeia, de convergência, e não numa lógica mais nacionalista, de desmantelar partes do projeto europeu ou fazer devolver competências aos Estados". "Há uma série de coisas que fazemos melhor, se fizermos juntos a nível europeu", defendeu.
Data das eleições é "mesmo má"
Ao Jornal de Notícias, o Secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, declarou ainda no final da sessão, que a data das eleições "não é a melhor, aliás, isso é um eufemismo, a data das eleições é mesmo má, mas não foi possível alterá-la e vão ter lugar no dia 9 de junho, véspera de feriado".
"Para evitar o inconveniente que isso provoca, porque há muitas pessoas que, nesse período, vão estar fora de casa, o que fizemos em Portugal foi adotar uma medida, que permitirá qualquer pessoas nesse dia vote em qualquer local do país ou mesmo no estrangeiro em qualquer Consulado", explicou, indicando que "qualquer português, que esteja a passar férias ou um fim-de-semana prolongado, pode escolher livremente [onde votar]".
"Estamos em crer que isso facilitará muito o exercício do direito de voto e promoverá a participação eleitoral", frisou.
A sessão que serviu para os representantes de Portugal, Alemanha e França, apresentarem aos estudantes os seus pontos de vista sobre as questões europeias da atualidade, terminou com cada um deles a fazer o seu apelo.
"Se não forem votar, outras pessoas vão decidir o vosso futuro. Isso é muito claro", avisou a ministra alemã, Anna Luhrmann, que em Ponte da Barca, destacou também a importância das energias renováveis no combate à dependência energética. E anunciou que esta sexta-feira, irá visitar o projeto de eólicas offshore pioneiro em Portugal, o parque eólico WindFloat, instalado ao largo de Viana do Castelo.
Também a Secretária de Estado francesa, Laurence Boone, defendeu a necessidade dos jovens exercerem o seu direito de voto, face ao "crescimento da extrema-direita".
"Vão usar a transição energética como argumento contra a Europa. Dada a dimensão da crise climática, não podemos permitir isto", sublinhou.