Arrancam na sexta-feira as Jornadas da Floresta, em Arouca, que, como não poderia deixar de ser, vão discutir a tão badalada reforma da floresta. "Uma floresta para o futuro, com rentabilidade e biodiversidade", assim se apresenta o tema desta segunda edição do evento que termina no sábado e que vai contar com alguns dos mais reputados especialistas nacionais na área.
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É no epicentro de um dos territórios do país mais fustigados pelos incêndios, desde 2005, que se vai refletir sobre o futuro da floresta, analisando os caminhos a seguir para que os fogos não voltem a assumir as proporções que tiveram, por exemplo, no verão passado. João Guerreiro, professor catedrático da Universidade do Algarve e anterior presidente da Comissão Técnica para a Análise dos Incêndios de Pedrógão Grande, vai abrir as Jornadas com a conferência "Condicionalismos para a reforma da floresta, no quadro dos territórios do Interior".
A ele juntam-se nomes como João Ferreira do Amaral, professor catedrático da Universidade de Lisboa, que apresentará a conferência "O que vale a floresta", ou Tiago Oliveira, que atualmente exerce funções como Presidente da Estrutura de Missão para a Gestão Integrada de Fogos Rurais.
Não vão faltar ainda exemplos de boas práticas de valorização da floresta como recurso económico, a nível local e nacional. É o caso da Cooperativa de Penela da Beira, cujo representante vai falar sobre a produção e comercialização de produtos de casca rija, e da Medronhalva sobre a produção do medronho.
A presidente da Câmara de Arouca, Margarida Belém, e o vice-presidente da Câmara de Mação, António Louro, vão ainda partilhar a visão dos seus municípios no que toca aos desafios da floresta. As jornadas contarão com o Ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, já amanhã, e o Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, que encerrará a iniciativa no sábado.
As Jornadas da Floresta são uma iniciativa conjunta da Câmara de Arouca, da Associação Florestal de Entre Douro e Vouga e da Associação Círculo Cultura e Democracia. Surgiram depois de três grandes incêndios terem consumido quase 27 mil hectares de floresta no território com prejuízos a totalizarem os 170 milhões de euros.