O Movimento Erradicar a Pobreza (MEP) manifesta, na véspera do Dia Mundial da Justiça Social, a sua "indignação" pelas desigualdades sociais e elevado nível de pobreza em Portugal, exigindo "um novo rumo para o país", que deverá ter como prioridades "o pão e os direitos de quem trabalha". Considera mesmo que comemorar este dia, que se assinala anualmente a 20 de fevereiro, "só pode ser considerado um ato de hipocrisia".
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De acordo com o Observatório Nacional de Luta Contra a Pobreza, que no seu último relatório analisa sobretudo dados de 2021, o "impacto da pandemia nas condições de vida e rendimento da população em Portugal foi muito forte. A população em risco de pobreza ou exclusão social aumentou em 12% face ao inquérito anterior, o que corresponde a mais 256 mil pessoas".
22,4% em risco de exclusão
"Com 22,4% da população em risco de pobreza ou exclusão social, Portugal passou a ser o 8.º país da UE27 [União Europeia dos 27 Estados membros] com maior proporção da população a viver este tipo de vulnerabilidade social e económica". Apenas "a Eslováquia teve um aumento do risco de pobreza ou exclusão social superior" a Portugal.
O MEP alerta que a situação está a agravar-se. "Os preços dos bens essenciais aumentam, particularmente os alimentares, mas também os das energias e da habitação o que leva a inflação para valores elevados, enquanto os salários, reformas e pensões não acompanham aquelas subidas". "Não é preciso ser especialista em economia para perceber que os pobres ficarão mais pobres e muitos que ainda não o eram passarão a essa situação", alerta.